O sucesso da adaptação televisiva de The Last of Us já garantiu não apenas uma segunda, mas também uma terceira temporada antes da nova leva de episódios sequer estrear. No entanto, o showrunner Craig Mazin sinalizou que a história completa pode não se encerrar tão cedo.
Ao que tudo indica, será necessário ao menos mais uma temporada para concluir a narrativa baseada nos jogos da Naughty Dog, principalmente devido à complexidade do enredo e ao impacto dramático de certos acontecimentos.
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Por que três temporadas não são suficientes
Craig Mazin, criador da série ao lado de Neil Druckmann, explicou durante uma entrevista ao Collider que os eventos narrativos da Parte II do jogo são densos e expansivos. Segundo ele, tentar condensar tudo o que acontece em uma única temporada seria inviável, já que isso comprometeria o ritmo e a profundidade emocional da história.
Dentre os maiores desafios narrativos está a morte de Joel, interpretado por Pedro Pascal, um ponto central da segunda parte da trama. Nas palavras de Mazin, essa reviravolta funciona como uma "bomba nuclear narrativa", o que exige um tratamento muito mais cuidadoso. Portanto, uma temporada longa demais ou com episódios corridos não faria justiça à carga emocional da história.
Além disso, diferente do primeiro jogo, em que a estrutura linear permitia uma transposição mais objetiva para a TV, a Parte II envolve múltiplas perspectivas, flashbacks e desenvolvimentos paralelos, o que naturalmente amplia a exigência por mais tempo de tela.
A possibilidade de uma 4ª temporada
Mazin foi direto ao afirmar que “não há como concluir essa narrativa em uma terceira temporada”. Afirmou ainda que “há uma boa chance de a terceira temporada ser mais longa que a segunda”, mas mesmo com esse aumento no número de episódios, não será suficiente. Assim, uma continuação se faz praticamente inevitável.
Ele reforçou que, caso a série continue a atrair público e sucesso crítico, a HBO deverá autorizar mais episódios. Para ele, essa quarta parte seria essencial para encerrar de forma adequada a história que começou com a jornada de Joel e Ellie.
Enquanto isso, os fãs podem esperar que a segunda temporada mantenha o nível de intensidade emocional, já que traz o confronto entre Ellie e Abby, além da introdução de personagens como Dina (Isabela Merced), Jesse (Young Mazino) e Lev. A presença desses novos nomes em arcos complexos contribui ainda mais para a extensão necessária da narrativa.
A história além dos jogos
Em meio à especulação sobre estender a série, surge também a dúvida sobre os rumos do universo de The Last of Us caso o terceiro jogo nunca se concretize. Druckmann, cocriador do jogo e também envolvido na produção da série, foi cauteloso ao comentar a existência de “um fim em mente”.
Mesmo que não haja confirmação para The Last of Us Parte III, Druckmann indicou que o planejamento atual da série não deixa pontas soltas. Isso significa que, mesmo se a franquia não continuar nos consoles, a história televisiva será pensada para se encerrar de maneira satisfatória.
Como exemplo, ele citou a forma como concluiu Uncharted 4 — com um final fechado — por não saber se voltaria à franquia. Esse mesmo critério, segundo ele, está sendo aplicado à adaptação de The Last of Us.
O impacto de The Last of Us até agora
Desde sua estreia em janeiro de 2023, a série se consolidou como uma das transposições de videogame mais bem-sucedidas para a TV. Além da aclamação crítica, foram 24 indicações ao Emmy, com oito vitórias. A química entre Pedro Pascal (Joel) e Bella Ramsey (Ellie) também foi amplamente elogiada, servindo como âncora emocional da produção.
A transição dos dois para os eventos mais sombrios da Parte II será acompanhada de mudanças tonais e estruturais, algo já sinalizado pelo próprio Mazin. A expectativa é de que a segunda temporada mantenha o equilíbrio entre ação, emoção e construção de personagem, mesmo com o peso narrativo que carrega.
Se a HBO permitir, a quarta temporada poderá oferecer tempo e espaço para dar à jornada de Ellie e seus aliados o encerramento que os fãs merecem — sem pressa ou cortes bruscos. Ao que tudo indica, concluir essa saga em apenas três temporadas não é apenas desafiador, mas improvável.
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