The Last of Us eleva tensão e destaca personagem secundária

A temporada final da série The Last of Us começa a adotar o tom sombrio e emocional tão presente na narrativa dos jogos. O quinto episódio finalmente introduziu o componente mais visceral da trama: o ódio.

Apesar de Ellie iniciar sua jornada movida por vingança, é Dina quem traz à superfície a intensidade e profundidade emocional que faltava à série até aqui. Seu protagonismo cresce e redefine o rumo da história na adaptação televisiva.

O papel de Dina: de coadjuvante a força motriz

Nos jogos, Dina desempenha um papel importantíssimo ao lado de Ellie, mas raramente toma o centro da narrativa. Na adaptação da HBO, no entanto, a personagem assume um espaço de maior destaque. Sua história pessoal, revelada em uma conversa com Ellie nas ruas de Seattle, adiciona camadas emocionais relevantes e dá voz ao trauma, à perda e ao desejo por justiça.

Seu relato sobre a perda da mãe e da irmã não só aprofundou sua construção como personagem, mas também reavivou o sentimento de vingança adormecido em Ellie. O ponto mais forte do episódio não foi a violência em si, mas como Dina canalizou o sofrimento vivido e o transformou em motivação palpável.

Enquanto a ira adolescente de Ellie parecia incerta e mal fundamentada em episódios anteriores, o episódio atual corrige este caminho ao atribuir a Dina o catalisador emocional que faltava.

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Ellie e o despertar da fúria

A jornada de Ellie pela vingança contra o grupo de Abby estava até então marcada por falta de intensidade dramática. A construção da personagem parecia muitas vezes apática, especialmente quando comparada à versão dos jogos. A adaptação havia se apoiado em nuances mais leves, com foco nos vínculos afetivos e descobertas pessoais da adolescente. No entanto, a morte de Joel pedia um tipo diferente de resposta emocional.

A transformação começa a se consolidar neste quinto episódio, quando Ellie, separada de Dina e Jesse durante o ataque dos Espreitadores, chega ao hospital em busca de Nora. A sequência, embora brutal, não provoca o mesmo peso emocional sentido nos jogos – possivelmente pela ausência da imersão e da escolha moral que o jogador experimenta interagindo diretamente com as ações de Ellie. Mesmo assim, a cena marca simbolicamente o início da virada sombria inevitável.

A narrativa encontra equilíbrio entre amor e ódio

Um dos pilares centrais de The Last of Us é o equilíbrio tênue entre amor e ódio. Joel salva Ellie por amor, Abby mata por vingança e Ellie embarca em sua jornada sob o mesmo impulso. Porém, até este ponto da temporada, a série parecia estagnar no amor, deixando o ódio e as consequências de suas ações em segundo plano.

Este novo tom, inaugurado por Dina e concretizado na vingança de Ellie contra Nora, recoloca a adaptação nos trilhos. A dinâmica emocional estava desequilibrada até então, mas com o reforço dos sentimentos de fúria nos episódios mais recentes, o ciclo de violência — tão central à Parte 2 do jogo — finalmente ganha corpo.

Outro elemento que reforça essa virada é a presença dos Serafitas, cuja crueldade aumenta gradualmente a tensão. Esses antagonistas ameaçadores colocam as protagonistas em situações de sobrevivência mais extremas, aprofundando a crítica à brutalidade do mundo pós-apocalíptico.

Participações secundárias criam novas expectativas

Personagens como Jesse e Tommy também ganham espaço e oferecem novas perspectivas para o desenvolvimento da história. A entrada de Jesse, interpretado por Young Mazino, em uma cena de ação heroica durante o ataque dos Espreitadores, traz dinâmica e alívio para as tensões.

Até mesmo a espera pela aparição de Tommy, irmão de Joel, atiça a curiosidade e representa um novo sopro de esperança para os espectadores. Sua eventual chegada promete fechar arcos importantes e concluir tramas com maior impacto emocional.

A expectativa agora se volta para o sexto episódio — o único dirigido por Neil Druckmann nesta temporada. O retorno ao relacionamento de Joel e Ellie por meio de flashbacks trará certamente outra camada emocional importante, explorando o sentimento de amor deixado de lado nos capítulos anteriores.

Com apenas dois episódios restantes, The Last of Us finalmente equilibra emoção e brutalidade de forma madura. A jornada de Ellie encontra seu verdadeiro propósito, não apenas pela morte de um ente querido, mas pela ressignificação do ódio, exposta de forma contundente por Dina — que definitivamente passa de coadjuvante dos jogos para protagonista da série.

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