Série de ficção científica supera Black Mirror e conquista Netflix

A mais recente produção da Apple TV+ vem roubando a cena nas discussões sobre ficção científica. Lançada em 2024, a série “Constellation” gerou comparações inevitáveis com “Black Mirror”, mas com um diferencial que tem impressionado até críticos exigentes.

Charlie Brooker, criador de “Black Mirror”, chegou a comentar de forma bem-humorada a qualidade da produção concorrente, reconhecendo a complexidade e o impacto narrativo da nova série.

O impacto de “Constellation” na ficção científica

Combinando suspense psicológico, mistério e elementos de ficção espacial, “Constellation” é uma produção original da Apple TV+ estrelada por Noomi Rapace. A trama acompanha uma astronauta que retorna à Terra após um acidente em órbita e começa a perceber que a realidade ao seu redor foi alterada. A série discute temas como identidade, realidades paralelas e o impacto da ciência no comportamento humano.

Enquanto “Black Mirror” constrói suas histórias com abordagem antológica e crítica social, “Constellation” aposta em uma narrativa contínua, o que permite um aprofundamento mais sólido nos personagens e na construção de tensão. A comparação inevitável entre as duas se dá menos pela semelhança estética e mais pelo peso psicológico que ambas causam no espectador.

O reconhecimento de Charlie Brooker

Ao comentar o sucesso estrondoso de “Constellation”, Brooker brincou em entrevistas que “deveria estar mais preocupado com a concorrência”, demonstrando respeito pela produção da Apple. O criador britânico destacou especialmente a qualidade do roteiro e a ousadia narrativa, comparando-a a uma versão “ainda mais aterradora” de algumas ideias que ele próprio explorou em “Black Mirror”.

A fala de Brooker reflete não só o reconhecimento da qualidade da série, mas também uma mudança no cenário do streaming, onde o domínio de plataformas como a Netflix começa a ser desafiado por produções concorrentes com proposta autoral e investimentos pesados.

Apple TV+ vs Netflix: comparação de estratégias

Alguns elementos se destacam na forma como Apple TV+ e Netflix conduzem suas produções originais. A Apple investe em qualidade técnica, elenco premiado e narrativa consistente, mesmo com um catálogo menor. O resultado são produções como “Severance”, “Slow Horses” e agora “Constellation”, todas elogiadas pela crítica.

Por outro lado, a Netflix aposta na quantidade, lançando dezenas de títulos por mês e focando em alcançar públicos diversos. Isso permite sucessos massivos como “Stranger Things” e “The Crown”, embora também gere críticas quanto à qualidade irregular das produções.

Diferenças claras entre as plataformas:

Característica

Netflix

Apple TV+

Frequência de lançamentos

Alta, dezenas por mês

Baixa, maior curadoria

Qualidade técnica

Variável

Altamente elogiada

Abordagem narrativa

Diversificada, formatos curtos

Foco em narrativas aprofundadas

Público-alvo

Global e segmentado

Mais restrito, nichado

A nova era das produções sci-fi no streaming

Nos últimos anos, a ficção científica encontrou terreno fértil nas plataformas de streaming. Com liberdade criativa e orçamentos generosos, roteiristas têm explorado conceitos ousados, indo além do típico entretenimento e flertando com discussões filosóficas e tecnológicas – exatamente o que “Constellation” realiza com excelência.

Séries como “Dark” (Netflix), “Silo” (Apple TV+), e “The Expanse” (Amazon Prime) indicam que o gênero vive um de seus melhores momentos. Agora, com “Constellation”, a Apple TV+ reforça sua presença ao lado dos gigantes e sinaliza que as disputas no streaming vão longe.

Com uma narrativa ousada, visual refinado e provocações intelectuais, “Constellation” levanta o patamar das narrativas sci-fi. Não à toa, até mesmo ícones do gênero como Charlie Brooker reconhecem a força dessa produção como um novo marco no entretenimento do século 21.

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