O roteirista Eric Pearson, responsável pelo filme Thunderbolts da Marvel, revelou um caso curioso durante uma entrevista recente. Mesmo trabalhando no centro da indústria do entretenimento, Pearson acabou sendo vítima de um grande spoiler sobre a nova temporada de uma de suas séries favoritas.
Segundo ele, a revelação não veio por amigos ou redes sociais, mas sim por um detalhe inusitado: a agenda do ator Pedro Pascal, que participa de múltiplas produções simultaneamente.
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Um spoiler vindo dos bastidores
Eric Pearson relatou que descobriu o destino do personagem Joel na segunda temporada de The Last of Us ao conferir os compromissos profissionais de Pedro Pascal. O ator, escalado como Reed Richards no novo filme do Quarteto Fantástico, já não teria disponibilidade no período de gravação de The Last of Us. A partir disso, Pearson deduziu que Joel não permaneceria por muito tempo na trama da série da HBO.
Essa descoberta precoce frustrou o roteirista, que gosta da série e aguardava com expectativa os novos episódios. Ele classificou o momento como “irritante”, justamente por ter sido surpreendido por um spoiler em circunstâncias tão inesperadas e nada convencionais, revelando como até os profissionais de Hollywood são afetados pela dificuldade de manter segredos nas grandes produções.
Spoilers e o impacto do marketing atual
A cultura em torno dos spoilers se transformou nos últimos anos. Hoje, não é mais apenas a curiosidade dos fãs que afeta a preservação das surpresas — o marketing oficial das produções também contribui, muitas vezes entregando detalhes significativos antes da estreia. Pearson exemplificou isso ao comentar sobre Thunderbolts.
No filme, há o personagem Bob Reynolds, o Sentinela, cuja identidade foi cuidadosamente escondida pela produção. No entanto, os trailers acabaram revelando pistas demais, o que levou os fãs a descobrirem seu verdadeiro papel antes do lançamento. Para Pearson, era mais interessante permitir que o público ficasse intrigado com a presença de um homem misterioso em uniforme hospitalar no grupo, sem pistas explícitas de quem ele era.
Ele afirmou que gostaria que algumas dessas revelações não tivessem ocorrido nos trailers, mas aceitou que isso está fora de seu controle. “Você não pode evitar as escolhas de marketing”, lamentou.
A complexidade do consumo atual de entretenimento
Pearson também fez uma reflexão sobre o comportamento dos espectadores na era digital. Segundo ele, o consumo constante de trailers, teasers e análises cria um cenário em que é quase impossível chegar a uma sala de cinema ou assistir a uma série sem ter ao menos uma ideia do que vai acontecer.
Apesar disso, o roteirista reconhece que ele mesmo se inclui em esse hábito. Como exemplo, menciona quantas vezes assistiu ao trailer de 300, de Zack Snyder, e como esse excesso de familiaridade com as imagens impactou sua experiência no cinema. Ele destaca que as campanhas publicitárias ensinam o público a antecipar cenas, o que inevitavelmente diminui o impacto narrativo delas quando finalmente acontecem na tela.
A esperança na surpresa
Em meio a todos esses desafios, Eric Pearson mantém a esperança de que parte do público ainda possa ter experiências genuínas de surpresa. Pessoas que evitam trailers, não acompanham fóruns e simplesmente entram na sala de cinema para curtir uma história sem expectativas moldadas por análises ou vazamentos.
Para ele, o ideal seria que mais espectadores tivessem essa postura, especialmente no caso de produções como Thunderbolts ou The Last of Us, cuja carga dramática e reviravoltas são centrais à experiência. Pearson acredita que preservar o mistério é essencial para a conexão emocional com a narrativa — e isso vale para roteiristas, fãs e para o próprio Pedro Pascal, cuja movimentada agenda agora também carrega o risco de se tornar um acidental divulgador de spoilers.
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