Wachowskis queriam Hideo Kojima para game de Matrix

Os cineastas responsáveis pela trilogia Matrix chegaram a buscar uma parceria improvável no final da década de 1990. As irmãs Wachowski queriam que ninguém menos que o criador de Metal Gear Solid, Hideo Kojima, liderasse o desenvolvimento de um jogo inspirado no universo cyberpunk que haviam criado.Apesar do entusiasmo dos diretores, a proposta não avançou. A editora japonesa Konami, então responsável pela série Metal Gear, recusou o pedido para não desviar Kojima de seus projetos principais na época.

O encontro entre Wachowskis e Kojima

De acordo com reportagem publicada pelo portal Time Extension, o encontro ocorreu no final de 1999. As Wachowskis estavam interessadas em transformar o enorme sucesso de Matrix em um jogo que fosse tão inovador quanto o filme. Para isso, buscavam um nome capaz de traduzir sua visão em gameplay, e Hideo Kojima era o escolhido.Segundo Christopher Bergstresser, vice-presidente de licenciamento da Konami Digital Entertainment à época, as diretoras visitaram o QG da Konami ao lado de seu artista conceitual. Durante a reunião, pediram pessoalmente a Kojima que liderasse o desenvolvimento do jogo. No entanto, Kazumi Kitaue, executivo da Konami, recusou de imediato a proposta.

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Divergência sobre a decisão da Konami

Apesar do relato de Bergstresser, nem todos compartilham da mesma versão dos fatos. Outra fonte ligada à Konami, que preferiu não se identificar, afirmou que a empresa teria demonstrado “forte interesse” no projeto e que houve “imensa decepção” quando as negociações não avançaram. Essa divergência indica que, internamente, a decisão de recusar o projeto não foi unânime.Mesmo com a negativa da Konami, a franquia Matrix teve seus jogos lançados por outros estúdios. Em 2003, foi lançado Enter the Matrix, desenvolvido pela Shiny Entertainment. Dois anos depois, a mesma franquia ganhou The Matrix: Path of Neo e o MMO The Matrix Online, este último pelas mãos da Monolith Productions.

O foco de Kojima em Metal Gear Solid

Em retrospectiva, a negativa pode ter sido estratégica para a Konami. Após o sucesso de Metal Gear Solid em 1998, Hideo Kojima e sua equipe continuaram trabalhando na sequência, Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty, lançado em 2001. O título se tornou um dos jogos mais aclamados do PlayStation 2 e consolidou o legado do designer como um dos criadores mais prestigiados da indústria.A dedicação total de Kojima à franquia Metal Gear teve retorno não apenas crítico, mas também comercial, com milhões de cópias vendidas ao redor do mundo. Isso pode ter justificado, aos olhos da Konami, o afastamento de outros projetos na época.

O presente de Kojima e o futuro da criatividade

Décadas depois, Hideo Kojima continua em evidência na indústria. Com Death Stranding 2 finalizado, ele está agora à frente de OD, um projeto de terror psicológico em parceria com a Xbox Game Studios. O jogo chamou atenção por suas semelhanças com P.T., demo cancelada de Silent Hills, e pelo elenco de peso, que inclui nomes como Sophia Lillis, Udo Kier e Hunter Schafer.A proposta artística e experimental de OD reforça o interesse contínuo de Kojima por conceitos narrativos inovadores, o que faz pensar no que poderia ter sido um jogo de Matrix sob sua direção criativa.

O legado da proposta recusada

Mesmo sem o envolvimento de Kojima, o universo Matrix conseguiu transitar pelos videogames em diferentes formatos. A tecnologia atingiu um novo patamar em 2021, com a apresentação do experimento The Matrix Awakens: An Unreal Engine 5 Experience, desenvolvido pela Epic Games para demonstrar o poder gráfico da nova engine.Ainda que nunca tenha se concretizado, a ideia de um Matrix sob a visão de Kojima permanece como uma das maiores “e se” da indústria dos jogos. Uma colaboração entre os criadores de dois dos universos mais icônicos da cultura pop dos anos 1990 e 2000 poderia ter sido histórica — mas talvez seja justamente o mistério que alimenta seu fascínio.

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