O universo DC liderado por James Gunn finalmente começou a tomar forma nos cinemas e na TV, com lançamentos como Superman, Peacemaker e a série animada Creature Commandos. No entanto, a peça que ainda falta nesta engrenagem é o braço dos videogames — e embora nenhum título tenha sido anunciado oficialmente, os bastidores já revelam mudanças significativas.
Desde que Gunn foi nomeado co-chefe da DC Studios ao lado de Peter Safran, houve uma reestruturação no relacionamento entre os estúdios de cinema e TV e a divisão de jogos da Warner Bros., o que promete transformar profundamente os jogos baseados em personagens da DC.
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Videogames fazem parte do plano do DCU
Quando James Gunn assumiu o controle criativo do universo DC em outubro de 2022, ele deixou claro que sua visão de storytelling seria integrada. Isso inclui não apenas cinema e televisão, mas também jogos interativos que compartilham o mesmo universo, atores e continuidade.
Em suas próprias palavras, "televisão, filmes e games se entrelaçam dentro de um mesmo universo. Vamos escalar atores que possam atuar em animações, séries e também em outras plataformas." Assim, surge a promessa de uma integração ainda inédita entre mídias dentro do universo DC.
Apesar disso, nenhuma produção de game foi incluída na iniciativa inicial chamada Capítulo 1: Deuses e Monstros, o que gerou dúvidas sobre a velocidade de implantação dessa integração no mundo dos jogos.
Um novo relacionamento entre DC Studios e WB Games
Historicamente, os estúdios de cinema e a divisão de games da Warner Bros. operavam de forma separada. Essa falta de sincronia já havia sido apontada por JB Perrette, CEO global de streaming e jogos da Warner Bros. Discovery, que afirmou à Variety em 2024 que "francamente, nunca houve uma relação tão próxima com o estúdio como deveria haver."
Porém, depois que Gunn e Safran assumiram, essa barreira começou a cair. Agora os estúdios de games — como Rocksteady e NetherRealm — vêm colaborando diretamente com os criadores do universo DC cinematográfico. Essas reuniões envolvem discussões desde a fase inicial de desenvolvimento, o que permite uma coordenação mais eficiente de enredo, design visual e até escolha de personagens.
O papel dos estúdios de games na nova era DC
Apesar da colaboração crescente, é importante destacar que James Gunn não possui controle direto sobre a divisão de jogos. Warner Bros. Games continua operando sob a liderança de Perrette, com autonomia para seguir sua estratégia de mercado.
Segundo Perrette, “não vamos lançar um jogo do Superman só por obrigação. Precisamos fazer algo que faça sentido para os estúdios, para os gamers, e para os fãs.” Isso significa que há liberdade criativa para continuar projetos independentes — como a série Arkham da Rocksteady — enquanto outras produções poderão se integrar ao DCU.
Exemplo disso é o rumor de que a Rocksteady já estaria envolvida no desenvolvimento de um novo jogo solo do Batman. Se este título será parte do universo DC coordenado por Gunn ou seguirá um caminho independente, como o universo de "The Batman" de Matt Reeves, ainda é incerto.
Atores e personagens cruzando mídias
Um dos sinais mais claros dessa fusão entre mídias aconteceu quando o personagem Peacemaker, interpretado por John Cena, foi disponibilizado como DLC em Mortal Kombat 1. O ator emprestou sua aparência, voz e até mesmo trejeitos à versão do game, numa transição direta da TV para os videogames.
Outro exemplo é a colaboração com o Fortnite. Neste mês, conteúdos com personagens do novo longa do Superman foram adicionados, incluindo skins baseadas nas versões de David Corenswet (Superman), Edi Gathegi (Senhor Incrível) e Maria Gabriela de Faria (Engenheira). Ou seja, os visuais refletem diretamente os filmes — e não os quadrinhos — estabelecendo o padrão prometido por Gunn.
O que esperar do futuro dos jogos da DC
Embora projetos ainda estejam sob sigilo, o caminho aponta para um modelo de integração pautado por coerência e consistência narrativa. Gunn afirmou que "nossos personagens podem passar da animação para um jogo ou para o cinema, mas continuarão consistentes: mesmo personagem, mesma história, mesmo ator."
Dessa forma, os próximos games provavelmente seguirão três modelos distintos:
- Jogos integrados ao DCU: Desenvolvidos com total alinhamento ao universo cinematográfico e televisivo (ex: participações de atores e mesma linha do tempo).
- Experiências independentes: Como a série Arkham ou possíveis jogos do Batman fora do DCU.
- Conteúdos colaborativos em jogos já existentes: Skins e personagens em títulos como Fortnite e Mortal Kombat.
Mesmo com um histórico recente delicado — como o fechamento da Monolith Software e a recepção morna de Suicide Squad: Kill the Justice League —, há sinais claros de recuperação, impulsionados por integrações realizadas com maior planejamento estratégico entre os setores.
O sucesso de Hogwarts Legacy serviu de lembrete de que, com a abordagem certa, projetos adaptados de franquias conhecidas podem se tornar fenômenos comerciais e de crítica. O desafio agora é aplicar essa fórmula ao universo DC, com Gunn à frente dessa missão de unificação narrativa multiplataforma.
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