Thomas o trem chega a Morrowind desafiando disputas legais

A presença de Thomas, o Trem, em jogos da Bethesda tornou-se um fenômeno cultural entre os fãs de mods. Tudo começou com Skyrim, mas agora o personagem invade também Morrowind — mesmo com os embates legais que continuam em segundo plano.

Trainwiz, o criador do mod original de Thomas em Skyrim, revive a sátira com uma nova modificação em Morrowind, ignorando os alertas legais da Mattel e reforçando sua postura crítica contra corporações midiáticas.

O retorno de Thomas, agora em Morrowind

A nova modificação chamada Really Useful Cliffracerstransforma os já odiados cliffracers — criaturas voadoras típicas da região de Vvardenfell — em versões sorridentes e metálicas de Thomas, o Trem. Feito por Trainwiz, uma figura proeminente na comunidade de mods, o lançamento ocorre anos após ele ganhar notoriedade com o mod de Thomas em Skyrim, lançado em 2013.

O componente humorístico e bizarro das criações de Trainwiz sempre chamou atenção, elevando Thomas à categoria de meme gamer. Mesmo enfrentando resistência legal, a criatividade do modder parece inabalável.

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A longa saga de enfrentamentos com a Mattel

Trainwiz já declarou publicamente que ignora as consequências legais ao reimaginar Thomas como criatura hostil em mundos de fantasia. Em uma sátira provocativa, comenta que “Mattel está constantemente tentando me matar”, revelando não apenas conflitos jurídicos, mas também seu desprezo por grandes corporações da indústria do entretenimento.

Em declarações recentes, ele ironizou as supostas ameaças da Mattel, citando até o envio fictício de “cabeças de Barbie decepadas” como metáfora para intimidação. Em tom debochado, reforça seu objetivo de provocar e satirizar o controle corporativo da cultura pop.

YouTube, paródias e o poder da comunidade

A primeira grande polêmica ocorreu quando a Mattel iniciou uma ofensiva legal contra vídeos no YouTube que mostravam Thomas voando pelos céus de Skyrim em substituição aos dragões. O motivo? Alegações de que o mod comprometia o valor da marca.

Contudo, na segunda tentativa de censura, o próprio YouTube considerou os vídeos como paródia protegida por lei, desconsiderando o pedido da empresa. Esse episódio se tornou um marco dentro da comunidade de modders, que passou a ver Trainwiz como um símbolo da liberdade criativa sob a bandeira da sátira.

Repercussão na mídia e entre desenvolvedores

Apesar dos atritos com a Mattel, Trainwiz detém prestígio entre desenvolvedoras como a própria Bethesda, que o entrevistou em 2016 para destacar seu trabalho com mods em jogos como Fallout, The Elder Scrolls e até projetos próprios.

O modder inclusive revelou que a versão para Morrowind já estava pronta há anos, mas decidiu lançá-la agora porque simplesmente “não se importa mais”. O gesto é simbólico: além de cômico, desafia diretamente o controle de marcas sobre criações de fãs.

Thomas como ícone dos mods absurdos

A fusão entre universos inocentes e mundos sombrios de RPG cria um efeito surreal. Desde a substituição dos dragões por trens até Thomas estampando zonas pós-apocalípticas, como no improvável mod para Fallout 4, o conceito se manteve popular — mesmo com dificuldades de hospedagem e distribuição dos arquivos.

Essa persistência transformou Thomas the Tank Engine em um verdadeiro símbolo da resistência criativa no mundo dos mods, figurando também em jogos como Resident Evil Village e Warhammer 40K, sempre com o mesmo espírito irreverente.

Expansão do meme

Outros modders seguiram o exemplo de Trainwiz, inserindo Thomas como personagem em jogos dos mais variados gêneros. A constante reação do público é uma mistura de espanto, humor e encantamento — o que reforça o apelo do personagem como ferramenta narrativa satírica.

A relação paradoxal com propriedade intelectual

A história de Trainwiz também levanta debates relevantes sobre os limites do uso de personagens com direitos autorais em obras de fãs. No caso de Thomas, a marca pertence à Mattel, mas seu reaproveitamento em modders, ainda que com cunho humorístico, gera um confronto direto entre criação coletiva e o monopólio da propriedade intelectual.

Mesmo com legislação de paródia em algumas jurisdições protegendo obras como essas, as ações legais de empresas poderosas lançam dúvidas sobre até onde vai o direito do criador frente ao direito do fã.

Conclusão

Enquanto a Mattel aparentemente mantiver seus esforços para barrar a disseminação de mods como o Thomas de Morrowind, Trainwiz parece mais determinado que nunca a manter sua postura de irreverência e crítica à cultura corporativa. A resistência criativa segue viva — mesmo que em trilhos improvisados pelos campos sombrios de Vvardenfell.

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