Na reta final de Tokyo Ghoul, o mangaká Ishida Sui dedicou atenção especial a um dos momentos mais emocionantes da obra. Em um dos painéis centrais da conclusão, o autor trabalhou por duas semanas e fez questão de desenhar tudo à mão, garantindo um nível de detalhe raro até mesmo para os padrões da série.
O painel em questão exibe a fala “recusei deixar alguém tocar”, e simboliza um ponto de virada no arco emocional do protagonista. Para Ishida, esse momento carregava significados tão pessoais que ele recusou ajuda de assistentes ou softwares de finalização.
O que você vai ler neste artigo
Um momento decisivo na narrativa
O painel que tomou duas semanas de dedicação intensa aparece nos capítulos finais do mangá Tokyo Ghoul:re, reforçando o encerramento do seu ciclo narrativo. A fala “recusei deixar alguém tocar” é proferida por Ken Kaneki, e sintetiza todos os traumas, batalhas internas e externalizações que ele enfrentou ao longo da história.
Ishida Sui, conhecido por seu perfeccionismo artístico e emocional, explicou que esse quadro simboliza mais do que um desabafo do personagem. É quase uma confissão íntima de alguém privado de afeto e humanidade por grande parte da vida, algo que o próprio autor julgou ser crucial transmitir da forma mais pura possível. Por isso, ele optou por desenhar cada traço manualmente, sem o uso de assistentes ou técnicas digitais.
Nos volumes finais, especialmente entre os capítulos 177 e 179, a obra atinge um clímax emocional. A cena acontece durante os instantes em que Kaneki, após enfrentar o “Dragão”, se permite finalmente aceitar seus sentimentos e ligações humanas — uma jornada que começou com o conflito de identidade entre humano e ghoul.
O impacto da decisão artística
Dedicar duas semanas a um único painel não é comum nem mesmo entre os mangakás mais minuciosos. Em uma entrevista revelada em comentários de volume, Ishida revelou que o esforço foi tanto físico quanto emocional. Segundo ele, “esse painel não podia ser de mais ninguém”, indicando o apego pessoal e simbólico àquela cena específica.
Esse gesto colaborou para que o leitor sentisse a densidade da cena. Como resultado, milhares de fãs comentaram que a imersão naquele momento foi amplificada pela expressividade crua e detalhamento visual.
Essa escolha também dialoga com a identidade do mangá, que sempre trouxe ilustrações sombrias, densas e altamente estilizadas. Ainda que a tecnologia esteja presente em boa parte de Tokyo Ghoul, Ishida sempre aplicou seu próprio traço para dar vida às emoções, o que ganha mais força neste contexto final.
Por dentro dos bastidores criativos
Trabalhar com propriedade total de um painel do início ao fim implica mais do que traço: exige planejamento de composição, luz, sombra e emoção. Ishida fez uso de técnicas tradicionais como nanquim, pena e pincel, além de revisões contínuas que resultaram em variações do quadro antes da versão definitiva.
A abordagem artesanal garantiu profundidade à cena. Ao evitar a atuação dos assistentes, que normalmente dividem tarefas como preenchimento, lineart e sombreamento, o autor garantiu ferocidade artística e fidelidade emocional.
Além disso, o próprio painel virou objeto de destaque nos volumes finais compilados, tornando-se uma imagem amplamente compartilhada entre a comunidade de leitores. Em fóruns como Reddit e em plataformas japonesas, fãs expressaram reconhecimento ao esforço do autor.
Uma conclusão à altura da complexidade da obra
Tokyo Ghoul:re e, de forma geral, todo o universo criado por Ishida, sempre buscaram equilibrar horror, drama psicológico e questões existenciais. Por isso, a escolha de colocar tanto do próprio autor em um único painel foi coerente com a proposta da narrativa como um todo.
Com 30 volumes somando as duas séries, o mangá se mostrou uma obra complexa e provocativa. A dedicação ao painel final ajudou a amarrar não só a jornada do protagonista, mas também a visão pessoal de Ishida Sui como criador. Um gesto final que não serviu apenas aos olhos dos leitores, mas também à alma da história.
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