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Nenhum astronauta saiu da atmosfera terrestre, revela a NASA

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Nenhum astronauta saiu da atmosfera terrestre, revela a NASA — NASA explica que nenhum astronauta ultrapassou os limites da atmosfera terrestre, nem mesmo nas missões em direção à Lua.

Enquanto muitos imaginam que cruzar a linha imaginária dos 100 km de altitude significa sair completamente da Terra, a realidade é mais complexa. Segundo a NASA, até mesmo nos voos mais distantes, como as missões Apollo, os astronautas continuaram, tecnicamente, dentro da atmosfera terrestre.

Isso acontece porque a atmosfera não tem um fim abrupto, mas sim se estende de forma progressiva em densidade cada vez menor. Essa camada tênue chega a ultrapassar a órbita lunar, carregando consigo micropartículas mesmo a distâncias superiores a 600 mil quilômetros da superfície.

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A linha de Kármán e o limite do espaço

A linha de Kármán, estabelecida a 100 km do nível do mar, é considerada a fronteira convencional entre a Terra e o espaço. Essa definição, no entanto, é prática e jurídica, útil para regulamentações aeronáuticas e espaciais, e não reflete com precisão os limites físicos da atmosfera.

A Estação Espacial Internacional (ISS), por exemplo, orbita a cerca de 400 km de altitude. Ainda assim, ela sofre arrasto atmosférico suficiente para, sem correções periódicas, perder altitude gradualmente. Esse arrasto comprova que ainda há partículas de ar presentes até mesmo nessas altitudes elevadas.

Além disso, a atmosfera estende-se por milhões de quilômetros, conforme indicam estudos mais recentes.

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A geocorona e a atmosfera que chega à Lua

Pesquisas baseadas em observações do satélite SOHO apontam que a exosfera terrestre — a camada mais extrema da atmosfera — ultrapassa a órbita da Lua. Essa região é composta por uma nuvem rara de átomos de hidrogênio chamada geocorona, que se prolonga até cerca de 629 mil quilômetros no espaço.

Nos arredores dessa área, ainda é possível detectar até 0,2 átomos de hidrogênio por centímetro cúbico. Embora extremamente tênue, essa composição é suficiente para demonstrar que a atmosfera da Terra continua mesmo muito além do planeta, envolvendo inclusive a própria Lua.

Com isso, tecnicamente, as missões Apollo estiveram viajando dentro desse escudo estendido, mesmo durante seus pousos lunares, o que muda a percepção tradicional de onde começa o espaço.

Impacto do conceito científico na exploração espacial

Essa interpretação científica tem implicações significativas. Para a engenharia de voos espaciais, por exemplo, ainda é necessário considerar o arrasto atmosférico em certas órbitas. Do ponto de vista legal e filosófico, a ideia de que a humanidade já “saiu da Terra” se torna mais subjetiva e menos absoluta.

Além disso, o fato de a atmosfera se estender a tais distâncias reforça a interconexão entre o planeta e o espaço ao seu redor. Isso inclui outros fenômenos, como a influência da radiação solar e a existência de partículas carregadas contidas no campo magnético terrestre.

Portanto, o voo espacial humano, mesmo que se desloque por centenas de milhares de quilômetros, ainda acontece dentro daquilo que pode ser entendido como um invólucro gasoso e invisível da Terra.

O Sol também tem sua atmosfera — e estamos dentro dela

A complexidade aumenta ao considerar outro fator: a atmosfera solar. A Terra, assim como os demais planetas do Sistema Solar, está envolta pela heliosfera, uma imensa bolha composta por partículas e campos magnéticos originados no Sol. Esse envelope se estende até cerca de 18 bilhões de quilômetros de distância, abrangendo até a fronteira com o espaço interestelar.

Isso significa que, mesmo quando um artefato humano atravessa os limites do Sistema Solar, ele ainda permanece sob alguma influência atmosférica — neste caso, a do Sol. Isso reforça a ideia de que o conceito de "espaço vazio" é fundamentalmente ilusório.

A própria heliosfera interage com o meio interestelar, criando uma zona de choque conhecida como heliopausa. Essa região marca a “fronteira” entre o que é considerado o ambiente solar e o vasto resto do cosmos.

Afinal, onde o espaço realmente começa?

Segundo especialistas como Doug Rowland, da NASA, não há uma resposta única. Dependendo da perspectiva — seja legal, técnica ou física — o limite pode variar. No entanto, do ponto de vista puramente científico, é correto afirmar que o espaço não começa de forma abrupta.

A atmosfera da Terra apresenta um gradiente contínuo. Ela se torna progressivamente mais tênue, sem um ponto de corte claro. Mesmo a densidade de partículas sendo mínima em grandes altitudes, ela ainda existe em algum nível.

Portanto, aquilo que consideramos "estar no espaço" é mais uma convenção do que um limite absoluto. Isso torna legítima a afirmação de que ninguém, até o momento, saiu completamente da atmosfera terrestre, mesmo após décadas de exploração espacial.

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