O jogo Let It Die: Inferno chamou atenção recentemente não apenas por ser uma sequência inesperada da franquia, mas também pelo uso parcial de inteligência artificial na produção de conteúdo visual, sonoro e vocal. A notícia inicial gerou críticas intensas por parte da comunidade gamer.
Diante do impacto negativo, a desenvolvedora Supertrick Games publicou um comunicado detalhando como a IA foi usada, tentando aliviar as preocupações sobre originalidade e direitos autorais dentro do jogo.
O que você vai ler neste artigo
Uso de IA no conteúdo visual e ilustrações
Segundo a Supertrick, a escolha de empregar ferramentas com inteligência artificial no desenvolvimento visual foi bastante restrita e direcionada a elementos de fundo. A equipe afirma que os artistas criaram os conceitos e textos baseados na ambientação do game, e, a partir disso, utilizaram IA apenas para gerar imagens brutas que posteriormente foram retrabalhadas e refinadas manualmente.
Foram especificamente citados como beneficiários desse processo:
- Cartazes de fundo;
- Imagens de insert usadas no InfoCast;
- Elementos gráficos em materiais de leitura dentro do jogo.
A companhia reforçou que todas as ferramentas utilizadas respeitaram as legislações de direito autoral, e que nada foi apropriado de terceiros sem permissão ou modificação posterior.
Vozes geradas por IA como escolha artística
Na parte de áudio, o estúdio explicou que apenas três personagens tiveram suas vozes criadas por meio de inteligência artificial: Mom, Goze Mez. De acordo com o comunicado, essas escolhas foram feitas devido à natureza não humana ou artificial dessas entidades no enredo.
A ideia, portanto, foi utilizar vozes que combinassem com a essência “não terrena” dos personagens. Ainda segundo a Supertrick, nenhuma das vozes foi baseada em atores reais, garantindo a ausência de riscos relacionados à violação de imagem ou propriedade de dubladores.
Faixa musical com contribuição de IA
No campo sonoro, a empresa revelou que apenas uma trilha intitulada Select Iron Perch BGMcontou com suporte de inteligência artificial. Nesse caso, foi utilizada uma ferramenta baseada em IA para gerar os "stems" — faixas elementares da composição musical.
>Após a geração, algumas dessas partes foram editadas manualmente, enquanto a maioria foi completamente reconstruída artesanalmente. Isso indica que a IA atuou mais como ferramenta auxiliar do que como compositora autônoma, segundo relatado pela equipe.
Reação do público e desempenho inicial
Apesar das tentativas de esclarecimento, Let It Die: Inferno não teve uma boa recepção em seu lançamento. Com uma avaliação “Majoritariamente Negativa”no Steam até o momento, o título enfrenta críticas tanto pela qualidade geral do jogo quanto pela polêmica envolvendo o uso de IA.
A combinação entre escolhas artísticas duvidosas e a pouca transparência inicial pode ter impactado profundamente a percepção dos usuários, algo que dificilmente se reverte a curto prazo.
Considerações sobre práticas e impacto
O ponto que permanece em aberto é se o uso de inteligência artificial, mesmo que limitado, realmente resultou em ganho de produtividade ou economia significativa para o estúdio. Pelos exemplos fornecidos, o envolvimento humano ainda foi dominante, tanto na criação como na finalização dos ativos gerados.
No fim, a cautela com que os estúdios vêm apresentando o uso de IA pode ser ineficaz quando o público interpreta esse uso como substituição da criatividade humana. Em um setor movido por comunidades apaixonadas, o simples envolvimento de tecnologia automatizada ainda é visto com bastante desconfiança.
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