Yakuza Kiwami 3 não foi o único destaque quando o estúdio Ryu Ga Gotoku (RGG) fez seu mais recente anúncio. A grande surpresa foi Dark Ties, um game bônus protagonizado por Yoshitaka Mine, um dos vilões mais marcantes da série.
Originalmente, essa história paralela não seria interativa. A intenção inicial era incluí-la como um vídeo na mídia de Kiwami 3, algo como um “DarkTies.mp4”.
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A transformação de um vídeo em jogo jogável
Segundo o diretor Ryosuke Horii, a ideia era simplesmente criar um conteúdo visual que complementaria a versão refeita do terceiro jogo da franquia. No entanto, a equipe percebeu que havia ali uma oportunidade única: permitir que os jogadores experimentassem o universo de Yakuza pelos olhos de um antagonista popular.
Horii ressaltou que transformar a história em uma experiência jogável era a melhor forma de explorar o personagem Mine de forma autêntica. Jogá-lo, e não apenas assisti-lo, proporcionaria mais intensidade dramática, profundidade e conexão com o personagem.
O produtor Hiroyuki Sakamoto acrescentou que Mine sempre figurou entre os cinco personagens mais queridos pelos fãs. Dar a eles a chance de controlar alguém com tamanha popularidade foi visto como um acerto certo. Assim, Dark Ties nasceu como um spin-off completo dentro do universo expandido da série.
O fascínio por Yoshitaka Mine
Diferente dos protagonistas habituais da franquia, como Kiryu ou Majima, cuja bússola moral costuma apontar para o heroísmo, Mine atua segundo suas convicções – que nem sempre são éticas. Ele não se guia pela justiça nem alimenta o dilema clássico de "proteger os fracos".
Essa dualidade se reflete em suas interações nas missões secundárias. Enquanto Kiryu geralmente busca ajudar e resolver conflitos de forma ética, Mine muitas vezes age como uma força descontrolada, resultado direto de sua raiva contida e desilusão pessoal.
Essa abordagem narrativa dá ao jogador uma perspectiva diferente do universo Yakuza. Controlar Mine significa experimentar o caos com um pé na lógica do submundo — e não na redenção.
Oportunidade única para o estúdio
Para a equipe de desenvolvimento, Kiwami 3 se mostrou a última chance viável para desenvolver algo centrado em Mine. Como ele faz parte do enredo principal do terceiro jogo, a integração de um conteúdo extra tornou-se estratégica e até simbólica.
O formato “Gaiden” permite explorar narrativas paralelas sem afetar a cronologia principal. Ao mesmo tempo, abre espaço para experimentação criativa com gameplay, ambientações e motivações diferentes daquelas já cristalizadas na série principal.
A escolha de transformar um mero vídeo em um game com jogabilidade sólida marca também o compromisso do estúdio com o desejo da comunidade. Fazendo isso, eles adicionaram novas camadas à franquia.
Uma jogabilidade fora dos padrões da série
Pelo pouco que se viu de Dark Ties, o combate protagonizado por Mine é mais agressivo, menos técnico e mais visceral. Ele não se guia por um código de honra como Kiryu. Em vez disso, a força bruta e o impulso dominam o ritmo das lutas.
Esse contraste melhora ainda mais a experiência para os fãs. É um toque fresco para quem já percorreu muitos dos becos de Kamurocho com outros protagonistas icônicos. Além disso, torna o DLC algo substancial, indo além de um simples fan service.
Dark Ties expande a noção do que um vilão pode representar. E mais importante: transforma uma ideia descartável – um arquivo de vídeo multimídia – em algo memorável e vivo no catálogo da franquia.
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