Pragmata surge como uma proposta ousada em meio à saturação dos jogos de tiro em terceira pessoa. A Capcom aposta em uma abordagem diferenciada, forçando o jogador a hackear inimigos antes de poder causar qualquer dano.
A demo apresentada na gamescom 2025 revelou um sistema de combate interessante, embora ainda limitado. A interação entre os protagonistas funciona bem, mas o design de exploração e ambientação ainda precisa evoluir.
O que você vai ler neste artigo
Mecânicas de combate com foco em hacking
Ao contrário das tendências recentes de aumentar a velocidade e mobilidade nos shooters, Pragmata desacelera o ritmo e investe em estratégias mais cerebrais. Antes de atacar, o jogador deve completar um minigame de hacking, ativado ao mirar em um inimigo. O puzzle consiste em traçar uma linha por uma grade virtual, passando por tiles azuis para amplificar o dano.
Essa mecânica se adapta de acordo com o tipo de inimigo. Drones comuns utilizam o grid 3×3, enquanto mechs mais robustos exigem soluções mais complexas em grades de 5×5, com obstáculos que forçam o jogador a traçar rotas alternativas.
Além disso, o jogador pode coletar nós de hacking (nodes) ao longo do caminho, que adicionam funções extras ao puzzle, como enfraquecer a defesa do alvo ou inserir debuffs temporários.
Dificuldade e ritmo desejam maior equilíbrio
Apesar do conceito criativo, a demo apresentou combate contra poucos inimigos por vez, o que reduziu o senso de urgência. O tempo necessário para resolver os hacks justificaria uma menor quantidade de oponentes, mas a falta de variedade nas ameaças acaba tornando o desafio monótono após alguns encontros.
A exceção foi o embate contra o chefe SectorGuard, que exigiu múltiplos hacks durante bombardeios constantes em todo o cenário. Esse momento demonstrou o potencial do jogo em entregar uma experiência mais intensa, pautada na multitarefa entre desviar de ataques e encontrar soluções rápidas para o minigame de hacking.
Outro diferencial apresentado foi o uso do Overdrive Protocol. Essa habilidade de Diana paralisa múltiplos inimigos simultaneamente e aumenta o dano causado, servindo como um “hack supremo”. Para ativá-la, o jogador precisa encher uma barra que evolui com hacks comuns – um sistema que estimula o domínio da mecânica principal.
Exploração com potencial, mas ainda subdesenvolvida
Em termos de navegação, a demo apresentou longos trechos sem combate, o que desloca o foco para exploração e pequenos puzzles. No entanto, o cenário lunar onde tudo ocorre se mostra repetitivo e dificulta a orientação do jogador.
Com a missão de restaurar energia hackeando cinco terminais, a ausência de um mapa e ambientes visualmente quase idênticos prejudicam a clareza da missão. Seja um centro de comando ou uma baía de engenharia, a ambientação falha em oferecer distinções visuais significativas.
Por outro lado, há algumas ideias interessantes em como habilidades de combate são reaproveitadas. O traje de Hugh, por exemplo, usa os propulsores para atravessar plataformas ou permanecer no ar brevemente, enquanto Diana pode interagir com mecanismos do cenário para modificar a estrutura e abrir caminhos alternativos.
Relação simbiótica entre protagonistas
A dualidade entre Hugh e Diana é o motor narrativo e mecânico de Pragmata. O astronauta não pode eliminar seus inimigos sem os hacks da criança sintética, e ela, por sua vez, depende da proteção e movimentação do piloto. A colaboração é constante, e torna-se uma das ideias centrais do jogo.
Embora a demonstração tenha sido econômica em enredo, já se sabe que os dois estão presos em uma base lunar danificada e precisam retornar à Terra. Isso levanta especulações sobre a profundidade da história e sobre a maneira como a relação entre eles será desenvolvida conforme o jogo progride.
Perspectivas para o futuro
Capcom construiu uma reputação sólida nos últimos anos com remakes e franquias consagradas, mas seus projetos originais têm enfrentado mais resistência. Após o fraco desempenho de Exoprimal, Pragmata representa uma nova tentativa de inovar dentro do gênero.
A estrutura apresentada até agora é promissora, principalmente no combate, mas ainda há trabalho a ser feito no design dos ambientes e no level design geral. Para atingir seu potencial, o jogo precisa integrar os elementos de exploração de forma tão envolvente quanto seus combates desafiadores.
Resta acompanhar os próximos capítulos do desenvolvimento e esperar que as boas ideias ganhem o refinamento necessário até o lançamento final.
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