Estudo comprova que home office aumenta qualidade de vida

Passar horas em um transporte público lotado para ir e voltar do trabalho é uma realidade desgastante para milhões de brasileiros. Com a pandemia e a adoção acelerada do home office, esse cenário começou a mudar — e para melhor.

De acordo com uma pesquisa publicada pela Universidade da Austrália Meridional, trabalhar remotamente está diretamente ligado ao aumento da qualidade de vida, maior bem-estar e até mesmo produtividade — contrariando críticas comuns à modalidade.

Impactos positivos do home office

A principal justificativa do estudo para os benefícios do trabalho remoto está no fim do deslocamento diário. Segundo a pesquisa, o trabalhador australiano médio gastava cerca de 4h30 por semana apenas se locomovendo ao trabalho. No Brasil, onde o tempo médio de deslocamento pode chegar a 3 horas por dia nas grandes cidades, o impacto negativo é ainda mais acentuado.

Além da economia de tempo, o trabalho em casa promove:

• Redução do estresseassociado ao trânsito e à correria matinal;
• Mais tempo para lazer, autocuidado e socialização;
• Facilidade para manter uma alimentação mais saudável, já que cozinhar em casa passa a ser uma opção viável;
• Aumento da autonomiana organização do ambiente e da rotina de trabalho.

Cerca de 33% dos entrevistadosafirmaram usar o tempo extra para investir em hobbies ou atividades recreativas, o que impacta diretamente no humor e bem-estar ao longo do dia.

Produtividade em foco: um mito desmentido

Um dos argumentos usados contra o home office é a possível queda de desempenho dos trabalhadores, já que não há supervisão direta dos superiores. No entanto, o estudo revela o contrário. Com maior liberdade, os profissionais conseguem estruturar suas rotinas de forma mais funcional, o que acaba gerando:

• Maior concentração, por conta de ambientes mais silenciosos e personalizados;
• Redução de distrações organizacionais, como interrupções frequentes de colegas ou reuniões desnecessárias;
• Engajamento mais efetivo, desde que a empresa ofereça suporte operacional e tecnológico.

A chave do sucesso está no suporte das empresas — investimentos em tecnologia, equipamentos adequados e formas de comunicação eficazes fazem toda a diferença no desempenho dos funcionários.

Reorganização da vida nas grandes metrópoles

O estudo também destaca uma transformação significativa no cenário urbano, especialmente nas grandes cidades. Com menos deslocamentos diários, é possível notar efeitos colaterais positivos:

• Desafogamento do transporte público e do trânsito
• Redução das emissões de carbono provocadas por veículos
• Redução da pressão habitacional em zonas centrais, já que os trabalhadores podem morar mais longe do escritório sem prejuízo

Isso tende a alterar o modo como as cidades se organizam e funcionam — e, no longo prazo, representa um alívio para a infraestrutura urbana, hoje sobrecarregada.

Realidade e limites do home office

É importante considerar que o home office não é viável para todas as profissões ou perfis. Ocupações que dependem da presença física, como na indústria, comércio ou saúde, mantêm a lógica presencial. Da mesma forma, algumas pessoas relatam dificuldades com:

• Falta de conexão social com colegas
• Problemas para estabelecer limites entre vida pessoal e trabalho
• Desorganização do ambiente doméstico

Ainda assim, quando as condições adequadas são oferecidas — tanto tecnológicas como estruturais — o trabalho remoto permanece como uma poderosa alternativa às longas horas de deslocamento enfrentadas por muitos trabalhadores.

Neste novo cenário, o que começou como uma solução emergencial durante a pandemia acabou se consolidando como um modelo benéfico, desde que bem gerido. Flexibilidade, autonomia e qualidade de vidaaparecem como os grandes trunfos dessa revolução silenciosa no modelo de trabalho urbano.