O clima nos bastidores da franquia Subnautica está mais turbulento do que jamais esteve. A disputa entre os fundadores da Unknown Worlds e a Krafton, atual dona da desenvolvedora, tomou proporções judiciais.
Após serem removidos da liderança do estúdio, os criadores entraram com um processo contra a gigante coreana. O pivô do embate gira em torno de um bônus gigantesco de 250 milhões de dólares, cuja liberação está agora ameaçada.
O que você vai ler neste artigo
Disputa judicial entre Unknown Worlds e Krafton
O processo foi iniciado por Charlie Cleveland, Max McGuire e Ted Gill — os três nomes por trás da fundação da Unknown Worlds. Segundo eles, a Krafton agiu de maneira inesperada e injusta ao retirá-los “imediatamente” da liderança da empresa, apesar de compromissos financeiros previamente estabelecidos.
A aquisição da Unknown Worlds por parte da Krafton, em 2021, previa a continuidade autônoma do estúdio e a possibilidade de um bônus de até US$ 250 milhõesatrelado ao desempenho financeiro até 2025. Entretanto, com a mudança de direção repentina e o anúncio de que Subnautica 2 será adiado para 2026, alcançar as metas que viabilizariam esse montante se tornou improvável.
A reação da comunidade não demorou. Muitos fãs consideraram a situação um desastre comparável à polêmica em torno do estúdio ZA/UM, criador de Disco Elysium. A possibilidade de o bônus milionário não ser pago reacendeu discussões sobre práticas corporativas na indústria de games.
Acusações mútuas e trocas de versões
A Krafton rapidamente respondeu com alegações sérias contra os fundadores. Segundo a empresa, Cleveland e McGuire haviam sido convidados a reassumir suas funções — como diretor de jogo e diretor técnico —, mas teriam recusado. Além disso, a companhia afirmou que ambos priorizaram projetos pessoais a atividades relacionadas ao desenvolvimento de Subnautica 2.
A Krafton também justificou a distribuição do pacote de bônus, alegando que:
- 90% do valor de até US$ 250 milhõeshavia sido destinado exclusivamente para os três principais líderes;
- Apenas 10%restaria para ser dividido entre o restante da equipe.
Com isso, a publisher tenta posicionar sua decisão como uma tentativa de priorizar o jogo e o coletivo, apontando a ausência dos fundadores como fator para os atrasos no cronograma.
Visões opostas sobre Subnautica 2
Enquanto o novo CEO — o ex-Striking Distance Steve Papoutsis — assume o comando do projeto, Cleveland declarou em nota que acredita firmemente que o jogo já estava pronto para ser lançado em Acesso Antecipado. Ele afirmou que a equipe vinha trabalhando com dedicação e que o atraso seria uma imposição da Krafton com interesses financeiros.
As declarações públicas tornaram o caso ainda mais exposto. Cleveland disse que processar a Krafton não estava em seus planos, mas que as circunstâncias o forçaram a “fazer justiça”. Ele também reforçou o compromisso com a equipe, desmentindo as insinuações de que os fundadores pretendiam ficar com todo o bônus.
Reações da comunidade e implicações futuras
A comunidade de fãs não permaneceu neutra diante dos acontecimentos. Muitos usuários passaram a sugerir que os consumidores boicotem o lançamento de Subnautica 2, em protesto contra o que chamam de “práticas empresariais sombrias”por parte da Krafton.
No Reddit, diversas postagens destacaram a estranheza de atrelar um bônus tão elevado ao lançamento em um ano específico, alegando que isso cria incentivos distorcidos para forçar o lançamento mesmo de um produto inacabado. Outros jogadores compararam a situação à de empresas com histórico de escândalos, como o já citado caso de Disco Elysium.
Entre os principais pontos discutidos pelos usuários, estão:
- A possibilidade de a Krafton estar tentando evitar o pagamento do bônus por meio do adiamento deliberado;
- A responsabilidade dos fundadores no fracasso de Moonbreaker, um dos projetos anteriores do estúdio;
- A falta de transparência sobre como os bônus seriam redistribuídos entre a equipe.
Apesar das alegações de ambos os lados, ainda não está claro quem está juridicamente certo. O que é certo é que o conflito já se tornou um exemplo notório de crise envolvendo aquisição de estúdios independentes por grandes publishers.
Um caso ainda em aberto
Até o momento, a Krafton não comentou diretamente as réplicas mais recentes de Charlie Cleveland. A expectativa é que, conforme o processo avance, mais partes do acordo venham à tona — e, com isso, se tenha um quadro mais claro de o que de fato ocorreu nos bastidores.
Enquanto isso, Subnautica 2 segue adiado para 2026, sem uma nova previsão formal de lançamento ou janela de testes. Por ora, tanto jogadores quanto desenvolvedores vivem um impasse onde nenhuma das partes parece sair vitoriosa.
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