Após uma decisão judicial favorável à Epic Games, o retorno de Fortnite ao iOS parecia iminente. Entretanto, a Apple bloqueou o envio do game, frustrando as expectativas de fãs e da própria desenvolvedora.
A situação se agravou com novas acusações, tornando o conflito público e acentuado, sobretudo após uma mensagem direta de Tim Sweeney a Tim Cook nas redes sociais.
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Interferência da Apple impede retorno do Fortnite
O embate entre a Epic Games e a Apple ganhou outro capítulo quando a Apple impediu o envio do Fortnite para a App Store dos Estados Unidos e para a Epic Games Store no iOS europeu. A informação foi confirmada pela própria Epic por meio de um comunicado, no qual revelou que o jogo continuará indisponível em dispositivos iOS globalmente até que a Apple reverta a decisão.
Essa paralisação contraria a recente expectativa criada por Tim Sweeney, CEO da Epic, de que o título voltaria “em questão de dias”, após uma vitória no tribunal. Em abril, a juíza distrital Yvonne Gonzalez Rogers determinou que a Apple violou intencionalmente uma ordem que exigia alternativas de pagamento nos aplicativos, algo central à disputa entre as empresas.
A Epic defende que as taxas de 30% cobradas pela Apple são abusivas, e busca implementar a sua própria loja no iOS. Essa movimentação, porém, esbarra nas políticas restritivas da gigante da tecnologia, que, mesmo após ordens judiciais, continua dificultando a entrada de concorrência em sua plataforma.
Decisão judicial e processo por desacato
O bloqueio recente da Apple ocorreu mesmo depois de uma importante decisão judicial nos EUA em favor da Epic. No final de abril, ficou estipulado que a Apple descumpriu uma liminar anterior ao continuar impedindo métodos alternativos de pagamentos em apps. A juíza Gonzalez Rogers foi clara: não se tratava de uma negociação, mas de uma determinação legal.
Diante da conduta da Apple, a juíza decidiu encaminhar o caso ao Ministério Público Federal dos EUA, recomendando uma investigação por desacato criminal. Um dos principais alvos é Alex Roman, vice-presidente de finanças da Apple, acusado de fornecer depoimentos "cheios de desorientação e mentiras absolutas".
Apesar disso, a empresa de Cupertino contestou formalmente a decisão e afirmou estar em conformidade com a lei, embora tenha apresentado um pedido de suspensão da ordem no tribunal de apelações.
Tim Sweeney pressiona Tim Cook publicamente
A disputa que já consumiu bilhões da Epic atingiu um novo nível de exposição. Em 15 de maio de 2025, Tim Sweeney publicou um tweet diretamente endereçado ao CEO da Apple, Tim Cook, cobrando a liberação de Fortnite: “Oi, Tim. Que tal você deixar nossos clientes em comum acessarem Fortnite? Só uma ideia.” A mensagem, curta e irônica, ganhou ampla repercussão nas redes sociais.
Sweeney, que já classificou a disputa como um investimento de longo prazo pelo futuro dos jogos no mobile, especialmente o Fortnite, reforça com sua postura que não recuará. Ele já havia declarado que a empresa está financeiramente preparada para sustentar essa guerra por décadas, se necessário.
A publicação de Sweeney tem duplo propósito estratégico: pressiona publicamente a Apple e mobiliza a comunidade de jogadores, muitos dos quais desejam o retorno do game aos dispositivos iOS. Essa abordagem ganha força em tempos de redes sociais, nas quais postagens virais podem colaborar para garantir apoio popular e pressionar decisões corporativas.
Fortnite segue fora da App Store e iOS mundialmente
A consequência imediata é clara: Fortnite permanece inacessível no iOS tanto nos Estados Unidos quanto no resto do mundo. Para a Epic, isso representa mais do que perda financeira — é também um entrave à expansão de seu ecossistema. Embora o jogo permaneça disponível em outras plataformas, a ausência na App Store significa milhões de potenciais jogadores e transações não realizados.
Essa exclusão prolongada acontece em um momento em que a Epic está mais ativa, com novos eventos no jogo, promoções e uma revisão no seu programa de recompensas, que subiu de 5% para 20%, buscando atrair mais criadores e usuários.
Ao mesmo tempo, a Unreal Engine, ferramenta fundamental da Epic, continua sendo amplamente utilizada por desenvolvedoras no iOS, ampliando ainda mais a tensão no relacionamento com a Apple — a base tecnológica que ainda os une se contrasta com o abismo entre suas políticas.
O que esperar da disputa judicial?
A briga jurídica está longe de terminar. A Epic aposta em mais decisões favoráveis para sorrateiramente construir precedentes contra o controle das big techs sobre lojas digitais. A recente vitória é significativa, mas o impasse quanto à execução da sentença ainda emperra os planos da empresa.
Enquanto aguarda desdobramentos legais e respostas à denúncia de desacato, a expectativa é de que o caso suba para instâncias superiores. O impacto dessa batalha vai além das empresas envolvidas: mexe com o modelo de negócios das plataformas móveis, a distribuição de aplicativos e a liberdade de escolha dos consumidores.
Para usuários e desenvolvedores, o desfecho poderá abrir precedentes que determinem como a Apple, o Google e outras gigantes poderão ou não administrar seus ecossistemas no futuro. Até lá, Fortnite segue ausente dos iPhones — por tempo indefinido.
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