A tradicional marca EB Games está oficialmente de volta ao Canadá. A iniciativa ocorre após a aquisição da GameStop Canada por Stephan Tetrault, um nome conhecido no setor de brinquedos e colecionáveis geek no país.
Tetrault destacou que o retorno não é apenas comercial, mas um gesto de resgate afetivo e comunitário. Segundo ele, a nova fase da EB Games prioriza a nostalgia, a inovação e o engajamento com os fãs.
O que você vai ler neste artigo
Reestreia da EB Games no mercado canadense
Depois de quase duas décadas sob o comando da GameStop, a EB Games retorna ao nome original no Canadá com uma proposta que remonta à sua identidade mais nostálgica. De acordo com Stephan Tetrault, o novo proprietário da rede no país, essa mudança não é apenas simbólica: trata-se de reconstruir uma marca que foi significativa para uma geração inteira de gamers canadenses.
Desde 2005, quando foi adquirida pela GameStop, a marca EB Games seguiu ativa no Canadá até sua rebranding em 2021. A partir daí, passou a operar sob o nome da matriz americana, perdendo parte de sua identificação junto ao público local. Agora, menos de quatro anos depois, o nome "EB Games" retorna às fachadas com a promessa de revitalizar não só a estética, mas também a experiência de loja.
Estratégia focada em nicho e envolvimento emocional
A nova administração parece ciente do cenário atual das vendas de jogos — com a ascensão do mercado digital, a venda de mídias físicas caiu drasticamente. Contudo, a estratégia da EB Games aposta em outros elementos que permanecem relevantes: cultura pop, nostalgia e produtos colecionáveis.
Tetrault é fundador da Imports Dragon, considerada uma das maiores distribuidoras de brinquedos do Canadá, além de co-proprietário da McFarlane Toys, especializada em figuras de ação premium. Sua expertise aponta para um horizonte em que os jogos representam só uma fração do negócio, que tende a girar em torno de:
- Produtos licenciados e figuras de ação
- Cartões-presente e moedas virtuais
- Acessórios e periféricos gamer
- Itens exclusivos e temáticos baseados em franquias populares
A proposta da nova EB Games é, portanto, menos sobre competir com grandes marketplaces digitais e mais sobre oferecer uma experiência concreta e sentimental para os consumidores — seja em lojas físicas, seja por meio de canais híbridos centrados no fandom.
Reconstruindo uma comunidade gamer
A nostalgia tem peso estratégico nesta retomada. Muitos consumidores que lembram das antigas lojas EB Games com afeto hoje têm maior poder aquisitivo e continuam ativos no universo gamer. Para esse público, a volta da marca pode representar um elo emocional valorizado.
Além disso, Tetrault reforçou que o relançamento está “centrado na comunidade”. A nova EB Games aposta em criar um ponto de encontro físico para fãs, com ênfase na convivência:
- Eventos de lançamento de jogos
- Competições e sessões de jogos locais
- Parcerias com estúdios e criadores de conteúdo
- Programas de fidelidade com recompensas customizadas
Essa movimentação reafirma uma tendência de ressurgimento de lojas especializadas como centros de experiência e cultura pop, indo além da simples compra — um diferencial difícil de replicar nas plataformas online.
Desafios e expectativas para a nova fase
Mesmo com o apelo emocional, revitalizar lojas físicas em um cenário digitalizado não é tarefa simples. O modelo teve que se adaptar à realidade em que jogos são baixados diretamente das plataformas, e edições físicas, antes o carro-chefe, viraram itens de nicho.
A EB Games terá que enfrentar questões como:
- Manutenção de relevância frente ao Steam, PlayStation Store e Xbox Live
- Gestão de estoques e custos operacionais em tempos de inflação e retração econômica
- Reposicionamento da marca junto a novos consumidores que já nasceram no mundo digital
Ainda assim, a combinação da experiência de Tetrault no setor de colecionáveis com o poder simbólico da marca pode oferecer fôlego suficiente para consolidar uma nova proposta de varejo geek focada no relacionamento em longo prazo com os clientes.
O retorno da EB Games ao Canadá pode não ser um impulso direto para o mercado de PC games, que hoje está completamente digital, mas tem potencial para reativar partes esquecidas da cultura gamer local. Em um mundo cada vez mais online, a volta de uma loja com cheiro físico de videogame e sessão de promoções pode reacender memórias — e criar novas experiências.
Leia também:
- 4chan retorna após ataque hacker catastrófico
- A história desconhecida de Akira Toriyama antes de Dragon Ball
- A música do novo trailer de GTA 6
- Adiamento inesperado de La Quimera surpreende fãs
- Animador critica duramente o som de One Piece
- Apple já fabrica e vende produtos no Brasil
- As marcas de carros mais confiáveis em 2025
- As reflexões de Eric Barone sobre Pierre e JojaMart em Stardew Valley