A Electronic Arts (EA) confirmou um acordo de aquisição por um consórcio de investidores composto pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF), Silver Lake e Affinity Partners.
A transação, avaliada em aproximadamente US$ 55 bilhões, marca o maior investimento de privatização em dinheiro já registrado no setor, alterando profundamente a estrutura corporativa da gigante dos games.
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Aquisição bilionária e os detalhes do acordo
Sob os termos do contrato, 100% das ações da EA serão adquiridas pelo consórcio, sendo que o PIF manterá sua participação já existente de 9,9% na empresa. Os acionistas da EA receberão US$ 210 por ação em dinheiro, o que representa um prêmio de 25% em relação ao valor de fechamento em 25 de setembro de 2025, que era de US$ 168,32, e também supera o recorde anterior de US$ 179,01, registrado em 14 de agosto do mesmo ano.
A operação será inteiramente financiada com capital controlado individualmente por cada um dos membros do consórcio. Além disso, uma parte significativa virá através de financiamento de dívida, com US$ 20 bilhões comprometidos exclusivamente pelo JPMorgan Chase Bank, dos quais espera-se que US$ 18 bilhões sejam liberados no momento da conclusão do acordo.
EA fora da bolsa e uma nova fase
Após a conclusão do negócio, a EA deixará de ser uma empresa de capital aberto, o que significa que suas ações não serão mais negociadas em bolsas públicas. Apesar da mudança de propriedade, a EA manterá sua estrutura administrativa, com Andrew Wilson permanecendo no cargo de CEO, além de manter a sede em Redwood City, na Califórnia.
Andrew Wilson, em comunicado oficial, destacou o papel dos colaboradores da empresa no sucesso alcançado e afirmou que o futuro trará “experiências transformadoras” no entretenimento, esportes e tecnologia. O executivo também demonstrou entusiasmo com a nova fase, ressaltando o compromisso contínuo com a inovação e o engajamento global.
Participação de investidores estratégicos
O perfil dos envolvidos no negócio adiciona camadas políticas e econômicas ao acordo. O PIF, fundo soberano da Arábia Saudita, reforça com esta movimentação sua estratégia de diversificação econômica baseada em investimentos em entretenimento e tecnologia.
Affinity Partners, por sua vez, é um fundo americano fundado em 2021 por Jared Kushner, genro do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Já a Silver Lake é uma experiente gestora norte-americana focada em investimentos tecnológicos. Juntos, os três formam uma aliança com grande poder de capital e influência global.
Lançamentos e projetos futuros da EA
A notícia da aquisição acontece em um momento altamente estratégico para a Electronic Arts. Poucos dias antes da estreia de Battlefield 6 — considerado um dos lançamentos mais esperados do ano — e logo após o lançamento de FC 26 e Skate, a empresa está em plena atividade com franquias consolidadas e novas apostas.
Entre os títulos em desenvolvimento estão:
- Um novo Mass Effect, produzido pela BioWare;
- Star Wars Jedi 3, da Respawn Entertainment;
- Um novo jogo do Homem de Ferro, criado pelo estúdio Motive.
O sucesso de tais lançamentos será fundamental para determinar o retorno sobre o investimento dos novos controladores da empresa, além de ditar o ritmo das próximas apostas para as plataformas da próxima geração.
Implicações para o mercado de games
A compra da EA por um grupo liderado por capital do Oriente Médio segue uma tendência crescente de consolidação da indústria de games. Empresas como Microsoft, Sony e Tencent já deram passos similares, ampliando agressivamente seus portfólios por meio de aquisições.
Entretanto, a entrada de fundos não tradicionais neste segmento, como o PIF e Affinity Partners, reforça o valor estratégico e cultural dos jogos digitais. Além de entretenimento, o setor é cada vez mais visto como um componente relevante das economias digitais globais.
Este movimento também pode influenciar outras empresas do setor a reverem suas estratégias financeiras, especialmente aquelas que enfrentam pressão do mercado ou buscam respaldo para ampliar seus ecossistemas de IPs (Propriedade Intelectual) e tecnologias emergentes.
O que esperar a partir de agora
Com a conclusão da transação prevista para o primeiro trimestre do ano fiscal de 2027, resta aguardar pelas aprovações regulatórias e dos acionistas. Até lá, a EA continuará operando sob sua estrutura atual.
A entrada de recursos massivos e apoio institucional definido pode oferecer à EA uma vantagem competitiva relevante nos próximos anos, tanto na produção de novos títulos quanto no fortalecimento de tecnologias como inteligência artificial, realidade aumentada e experiências imersivas.
Enquanto isso, o mundo dos jogos observa atentamente os desdobramentos desse marco histórico, que redefine os contornos corporativos e criativos de uma das maiores editoras do setor.
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