Dublador de Snake elogia Metal Gear Solid 5 após superação

Após anos evitando o jogo que simbolizou sua saída da franquia, o veterano David Hayter decidiu dar uma chance a Metal Gear Solid V: The Phantom Pain. Sua resistência inicialmente vinha de um sentimento de mágoa após ter sido substituído por Kiefer Sutherland como a voz de Snake.

Contudo, ao revisitar a obra com o tempo, Hayter superou o ressentimento. Sua conclusão? O jogo é excelente, e até mesmo o criador Hideo Kojima e Sutherland foram perdoados em sua visão pessoal.

A polêmica substituição de David Hayter

David Hayter foi por muitos anos a voz inconfundível de Snake, contribuindo para a identidade icônica do personagem. Porém, em 2015, a decisão de Hideo Kojima de escalar o ator hollywoodiano Kiefer Sutherland para o papel principal em The Phantom Pain causou rupturas na comunidade de fãs e no próprio ator.

Na época, Hayter expressou publicamente sua decepção, chamando a experiência de ser substituído de "60 horas de humilhação", evitando até jogar o game para não reviver o trauma. Ele também mencionou que não sentia desejo de voltar a trabalhar com Kojima, mostrando que a ferida era profunda.

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Superando ressentimentos e redescobrindo a obra

Com o passar dos anos, Hayter afirmou que sua perspectiva mudou. Ao conversar com o site PC Gamer, comentou sobre o processo interno de amadurecimento como alguém que já está acostumado com rejeições na indústria do entretenimento. "Sou roteirista. Ser demitido faz parte da minha vida", confessou.

Eventualmente, decidiu encarar o jogo e, com isso, deixou os sentimentos para trás. Contra todas as expectativas pessoais, reconheceu a grandiosidade da obra. Ele declarou: "Pare de ser um bebê e jogue. […] É incrível."

A reconciliação com Kiefer Sutherland

A surpreendente reviravolta emocional de Hayter não parou por aí. Ele revelou que encontrou Sutherland em um bar em Dallas anos depois, onde os dois compartilharam bebidas e conversas. “Ele é um cara excelente. Sem ressentimentos. Tudo está perdoado.”

Essa reconciliação informal foi significativa, especialmente considerando a forma ríspida com que Hayter havia se referido ao ator anteriormente. A maturidade trouxe não apenas uma nova visão sobre o jogo, mas também sobre as pessoas envolvidas.

O que faz The Phantom Pain ser tão especial?

Entre os elementos que chamaram atenção de Hayter, está o alto nível de liberdade estratégica. Para ele, o fato de um mesmo cenário oferecer múltiplas abordagens e comportamentos dos inimigos faz o jogador se sentir como se estivesse manipulando o tempo. Em suas palavras: “O jogo te dá a chance de reviver situações, mas com liberdade total de escolha.”

Outros fatores que contribuem para o status aclamado do game incluem:

  • Sistema de infiltração dinâmico, que permite múltiplas abordagens.
  • Narrativa fragmentada, mas que reforça a construção do protagonista.
  • Excelente direção de arte e ambientação, com forte atenção a detalhes militares.
  • Inovações de jogabilidade, com um sistema tático expansivo e evolutivo.

O legado de uma franquia cinematográfica

Ainda que tenha sido criticado por sua falta de foco narrativo tradicional, The Phantom Pain reafirmou o estilo de Hideo Kojima de mesclar conceitos cinematográficos aos jogos. Há uma discussão recorrente sobre o uso extensivo de cutscenes em seus títulos, como evidenciado por Death Stranding e outros jogos da saga Metal Gear.

Essa fusão entre cinema e videogame se tornou tanto uma assinatura quanto um ponto divisivo dentro da base de fãs. Há quem valorize a profundidade narrativa e quem prefira foco mais direto na jogabilidade.

Ao final, a jornada emocional de Hayter serve como ilustração do impacto que um jogo pode ter não apenas nos jogadores, mas nos próprios criadores envolvidos. Sua história mostra que tempo, distância e generosidade são essenciais para reavaliar aquilo que antes parecia uma ferida aberta.

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