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Dispositivos eletrônicos ficam isentos das tarifas dos EUA sobre a China

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Dispositivos eletrônicos ficam isentos das tarifas dos EUA sobre a China — Isenção nas tarifas dos EUA inclui smartphones e computadores, aliviando os impactos econômicos da política com a China.

A política comercial dos Estados Unidos voltou a marcar mais uma reviravolta, agora aliviando parte dos temores da indústria tecnológica. Smartphones, computadores e outros componentes eletrônicos foram oficialmente isentos da nova leva de tarifas impostas à China, mesmo as mais altas, de até 125%.

A medida repercutiu diretamente nos mercados e empresas, especialmente no setor de tecnologia. Fabricantes como Apple e Dell respiram aliviados diante da ameaça de um aumento generalizado nos custos de produção e, consequentemente, nos preços ao consumidor.

Exclusão de eletrônicos das tarifas

O governo dos Estados Unidos, sob a administração Trump, vinha adotando um movimento agressivo na imposição de tarifas de importação, principalmente contra a China. No entanto, em uma reviravolta inesperada, a United States Customs and Border Patrol anunciou a isenção de eletrônicos e seus componentes — uma exceção que veio como alívio para empresas e consumidores.

Dispositivos como celulares, laptops e peças de hardware para PCs, antes ameaçados por tarifas altíssimas, foram poupados. Embora a tarifa geral sobre a China tenha chegado a 125%, essa exclusão de última hora frustrou expectativas de aumentos expressivos no preço final de produtos populares.

Segundo o analista Dan Ives, da Wedbush Securities, forçar empresas como a Apple a realocar parte de sua cadeia de suprimentos poderia custar até US$ 30 bilhões em três anos. Em termos mais concretos, isso poderia resultar em aumentos bruscos de preços, como os US$ 1.000 adicionais previstos para um iPhone 16 Pro Max, conforme estimativas da UBS.

Pressões econômicas e políticas divergentes

Entre as justificativas para a imposição das tarifas estão tanto o desejo de barganhar em negociações comerciais, como defendem os setores mais tradicionais da direita americana, quanto visões mais radicais de “reindustrialização” do país — algo sem precedentes em economias desenvolvidas e altamente globalizadas como a dos EUA.

Essas divergências geraram confusão inclusive nos mercados financeiros, que flutuam entre pessimismo e euforia à medida que novas decisões são anunciadas ou revistas. A volatilidade do discurso na política tarifária criou um clima de instabilidade pouco favorável para o planejamento de longo prazo, tanto por parte das empresas quanto dos consumidores.

A dispensa concedida para os eletrônicos parece responder mais à pressão de CEOs do setor de tecnologia preocupados com impactos imediatos em preços e margens de lucro do que a uma mudança ideológica consistente na abordagem econômica do governo.

Impacto direto nos mercados de tecnologia e jogos

O mundo dos games, que depende de placas de vídeo, consoles e hardware especializado frequentemente produzido na Ásia, já sentia os efeitos das incertezas tarifárias. Com a isenção, evita-se — ao menos por ora — uma nova avalanche de aumentos nos preços de produtos como o RX 9070 XT ou o aguardado Nintendo Switch 2.

Inclusive, a Nintendo chegou a suspender temporariamente as pré-vendas do novo console nos EUA até entender o impacto real das tarifas. Uma possível elevação no preço original de US$ 450 estava no radar da empresa, que preferiu adotar cautela frente à instabilidade da política comercial norte-americana.

Essas incertezas também afetaram consumidores indecisos entre investir agora em novos componentes ou esperar por estabilização nos preços. Com a manutenção dos patamares atuais, ao menos parte do público gamer poderá adiar atualizações drásticas de hardware, prolongando o uso de placas como a RTX 3070 por mais alguns ciclos.

Expectativas para os próximos meses

Apesar da trégua parcial para o ramo da tecnologia, a política de tarifas da administração Trump continua sendo impredictível. Analistas apontam que essas isenções podem ser revistas rapidamente, a depender do cenário geopolítico e dos desdobramentos das negociações comerciais com a China.

Enquanto isso, o restante da economia chinesa segue enfrentando barreiras comerciais severas, o que pode acabar refletindo, indiretamente, em outras cadeias de suprimento interligadas. A exceção foi feita, mas a insegurança permanece, especialmente nos setores que dependem de semicondutores e componentes de montagem tecnológica vindos da Ásia.

Não está claro até que ponto essa exclusão de produtos eletrônicos das tarifas mitigará efeitos colaterais de maior escala, mas ela sinaliza, no mínimo, o reconhecimento por parte do governo dos limites práticos dessas medidas — sobretudo em um setor com alto grau de interdependência global.

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