A franquia Assassin’s Creed há muito encanta jogadores com sua mistura única de história e ação furtiva. No entanto, críticas sobre limitações em seus protagonistas ou sistema de combate persistiram por anos, levando os fãs a esperar por mudanças concretas. Com o lançamento de Assassin’s Creed Shadows, finalmente muitas dessas reivindicações foram ouvidas e abordadas de forma significativa.
A Ubisoft propõe uma reformulação ousada, trazendo elementos inéditos e revisitados para aprimorar a narrativa, jogabilidade e imersão. A introdução de novos personagens, ambientação e mecânicas promete corrigir um dos erros mais recorrentes: a falta de escolha significativa no desenvolvimento do jogador.
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Reescrevendo o legado: Uma proposta mais autêntica
Assassin’s Creed Shadows ocorre no Japão feudal, especificamente no século XVI durante o Período Sengoku — um dos cenários históricos mais pedidos pelos fãs. A ambientação não apenas atende a esse desejo antigo, como também apresenta uma representação cultural mais cuidadosa e imersiva.
Diferente de jogos anteriores da série, como Valhalla ou Odyssey, onde os protagonistas pouco se conectavam com as tradições locais, Shadows mergulha em práticas japonesas autênticas. Rituais, armamentos, estilos de combate, arquitetura e até mudanças climáticas sazonais refletem um esforço inédito de incorporação cultural realista.
Protagonistas complementares e narrativas cruzadas
O título apresenta dois protagonistas jogáveis: Naoe, uma shinobi ágil e letal, e Yasuke, um ex-samurai histórico de origem africana que realmente viveu no Japão. A alternância entre eles não é apenas cosmética: os personagens têm estilos de jogo distintos, oferecendo experiências dramáticas diferentes.
- Naoe representa o lado furtivo clássico da série, com foco em infiltrações, armadilhas e eliminação silenciosa.
- Yasuke, por outro lado, adota mecânicas de combate bruto, destruindo armaduras e enfrentando grupos de inimigos de frente.
Essa dualidade corrige uma das críticas mais antigas: a falta de profundidade ou especialização nos estilos dos personagens. Em vez de um assassino genérico, o jogador pode escolher — e adaptar — a abordagem conforme o desafio.
Retorno da verdadeira furtividade
Após anos de críticas sobre o abandono das raízes furtivas da franquia, Shadows traz consigo um sistema de furtividade aprimorado, lembrando as eras de Assassin’s Creed II e Brotherhood:
- Sombras dinâmicasinfluenciam diretamente a visibilidade do jogador.
- Variedade nas rotas de infiltração, com córregos, tetos e dutos à disposição.
- Reações realistas dos inimigos, incluindo alertas progressivos em vez de perseguições automáticas.
O uso do ambiente agora é mais essencial do que nunca, com iluminação, som e cobertura afetando o sucesso da missão. É um salto na direção oposta de títulos anteriores, que focavam mais em RPGs de ação sem penalidade significativa para o jogador ruidoso.
Evolução gráfica e engine mais coerente
Shadows é o primeiro jogo da série a utilizar a versão mais moderna do motor gráfico da Ubisoft, com foco total em ambientes destrutíveis, clima em tempo real e interações complexas com NPCs. A mudança não é apenas estética:
- Chuvas afetam os objetos e a movimentação furtiva.
- Ventos fortes impactam folhagens — ajudando ou atrapalhando a ocultação.
- NPCs reagem a acontecimentos externos como batalhas em vilarejos ou incêndios.
A implementação dessa física aprimorada corrige a sensação anterior de mundos artificiais e estáticos, muito criticada em Valhalla e Origins.
Revisão do sistema de quests e missões
Outro aspecto que foi completamente reformulado é a maneira como missões são entregues. Em vez de checklists genéricos, como “elimine X inimigos” ou “colete objetos Y”, Shadows adota narrativas cruzadas com consequências palpáveis. As decisões afetam diretamente a dinâmica entre clãs, aldeias e aliados.
Além disso, o conceito de informantes e espiõesretorna com peso, exigindo investigação antes de cada assassinato. Isso remete ao DNA original da franquia, resgatando o planejamento meticuloso antes de cada ação letal.
Inclusão e fidelidade histórica
Com Yasuke, a franquia introduz pela primeira vez um protagonista negro com base em uma figura histórica autêntica. Embora tenha causado debate inicial, essa adição representa um marco na franquia — reforçando o compromisso com representatividade baseada em registros reaise promovendo uma visão mais ampla da História.
Consultorias culturais também foram envolvidas para garantir fidelidade na representação do Japão feudal, algo nem sempre visto em outras produções ocidentais.
Portanto, Assassin’s Creed Shadows não apenas cumpre a promessa de reinventar a fórmula da série; ele também corrige erros antigos, como a superficialidade na furtividade, repetição de gameplay e desrespeito à complexidade histórica. A Ubisoft parece, enfim, ter compreendido que a evolução não está em abandonar as raízes da franquia, mas sim em renovar seus princípios com respeito e profundidade.
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