Nas versões mais recentes do Android, a segurança vem sendo uma das prioridades no desenvolvimento do sistema operacional. Com a chegada de novas funcionalidades voltadas à proteção de dados, surge também uma exigência maior por parte do sistema em relação ao uso de memória do dispositivo.
Ao mesmo tempo em que o Android amplia suas defesas contra ameaças cada vez mais sofisticadas, os usuários devem se atentar ao impacto que essas melhorias podem ter no desempenho geral dos seus aparelhos, principalmente aqueles com especificações mais modestas.
O que você vai ler neste artigo
Novas camadas de segurança no Android
Nos últimos anos, o Android tem implementado sistemas robustos para reforçar a defesa de aplicativos e dados do usuário. A nova camada de segurança chamada “Android Virtualization Framework” (AVF), por exemplo, permite rodar ambientes isolados dentro do sistema, uma espécie de “sandbox” virtualizada que protege contra manipulações externas.
Essa nova tecnologia amplia o conceito de isolamento introduzido em versões anteriores, indo além do tradicional modelo de permissões. Ao isolar partes críticas do sistema e aplicativos sensíveis, o Android reduz as vulnerabilidades a ataques do tipo zero-day e explorações por malware cada vez mais capazes de burlar proteções padrão.
Além disso, dispositivos compatíveis com o Android 14ou superior começam a receber uma política de verificação reforçada em tempo de execução, que monitora continuamente a integridade de apps no sistema. Essa vigilância constante exige processos que rodam incessantemente em background, algo que naturalmente eleva o consumo de memória RAM.
Impacto direto no desempenho e uso de memória
Apesar dos avanços em cibersegurança, o novo modelo tem um custo para o usuário final: o uso mais intensivo de recursos do dispositivo. Testes realizados em versões beta do Android 14 mostram que os processos relacionados à nova arquitetura de segurança podem consumir entre 10% a 15% a mais de memória RAMem comparação com versões anteriores.
Para smartphones com 4 GB de RAM, por exemplo, esse acréscimo pode dificultar a execução simultânea de múltiplos aplicativos, resultando em lentidão ou encerramento inesperado de processos em segundo plano. Isso tende a forçar os usuários a fecharem apps com mais frequência para liberar recursos.
Outro impacto notável está na inicialização do sistema. Relatórios de desenvolvedores apontam que o boot pode se tornar até 20% mais lentodevido à checagem aprofundada do estado do sistema logo após a reinicialização do aparelho. Essa análise precoce serve como uma verificação automatizada contra adulterações no firmware ou arquivos de sistema.
Dispositivos mais antigos serão os mais afetados
Usuários de modelos intermediários e de entrada devem ser os mais impactados por essas mudanças. Muitos desses dispositivos contam com memória limitada e já enfrentam dificuldades com versões recentes do Android. Com as novas exigências de segurança, é possível que o desgaste no desempenho se torne mais evidente nessas categorias.
Além do consumo extra de RAM, algumas funções de segurança introduzidas exigirão suporte a virtualização por hardware, algo inexistente em modelos anteriores a 2020. Isso significa que esses aparelhos podem nem receber as novas atualizações de sistema, mantendo-se vulneráveis a futuras ameaças.
Fabricantes como Samsung, Xiaomi e Motorolajá estão revisando suas políticas de atualização para manter a compatibilidade com as novas diretrizes do Android. Entretanto, é esperado que muitos modelos sejam deixados para trás por limitações técnicas de hardware.
Estratégias para usuários lidarem com o novo cenário
Diante desse novo cenário, é essencial que os usuários adotem alguns cuidados para manter o bom funcionamento de seus aparelhos. Entre as boas práticas, destacam-se:
- Verificar atualizações de firmware: Manter o sistema sempre atualizado garante que as otimizações para essas funções de segurança sejam aplicadas corretamente.
- Gerenciar aplicativos pesados: Reduzir o número de apps que rodam em segundo plano pode aliviar a RAM e melhorar o desempenho.
- Utilizar versões lite de apps populares, como Facebook Lite ou Gmail Go, que consomem menos recursos.
- Evitar o uso de launchers ou temas pesados, que podem impactar diretamente no uso da memória.
- Usar ferramentas de otimização nativas, como o Gerenciador de Memória do Android, para encerrar processos não essenciais.
Essas medidas não eliminam totalmente o impacto das mudanças de segurança, mas ajudam a garantir um funcionamento mais estável.
Equilíbrio entre segurança e desempenho
O avanço das tecnologias de proteção de dados no Android é um passo necessário diante do crescimento de ciberameaças. A exigência por mais memória e processamento representa o custo desse novo patamar de segurança, cuja prioridade é preservar a integridade do usuário em um ambiente digital cada vez mais exposto.
Todavia, o desafio real está em oferecer essa proteção sem comprometer a fluidez do sistema, especialmente em dispositivos mais acessíveis. Fabricantes e Google precisam continuar buscando soluções que equilibrem performance e segurança, adaptando os recursos conforme a capacidade dos diferentes tipos de hardware.
A atualização da segurança no Android demonstra como a tecnologia tem avançado para proteger os usuários — mas também ressalta a importância de acompanhar essa evolução com planejamento e escolha consciente de dispositivos, especialmente para quem depende de um funcionamento mais leve e eficiente no dia a dia.
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