A animação de One Piece, especialmente nos arcos mais recentes como Wano e Egghead, tem impressionado fãs e críticos pela qualidade visual refinada. No entanto, um aspecto crucial da produção continua dividindo opiniões dentro e fora da equipe: o design de som.
Recentemente, Shota Shigetsugu, animador envolvido em diversos episódios e no filme One Piece Red, criticou severamente a equipe de áudio. Seus comentários apontam uma disparidade chocante entre a evolução visual e os elementos sonoros do anime.
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Críticas contundentes ao som do anime
A declaração de Shigetsugu foi publicada em sua conta no X (antigo Twitter) em 28 de abril. Segundo ele, “a Toei deveria demitir imediatamente a equipe de som de One Piece. É um trabalho muito pouco profissional.” O post, embora apagado logo depois, foi registrado por seguidores e reacendeu um debate antigo entre espectadores e especialistas.
O animador já havia demonstrado insatisfação anteriormente, apontando que o som ainda utiliza recursos antiquados e, segundo ele, "devastadoramente ruins". Em outra ocasião, Shigetsugu reforçou: “Este episódio foi incrivelmente triste por causa da diferença avassaladora entre a animação incrível e o som terrível.”
Essas declarações externam uma frustração cada vez mais compartilhada por parte do público. Enquanto a animação de One Piece passou por revoluções visuais, o áudio continua estagnado, com pouco ou nenhum investimento perceptível em atualizações sonoras.
Efeitos reciclados há décadas
A maior crítica técnica recai sobre a reciclagem de efeitos sonoros utilizados desde os anos 90, em especial de animes como Dragon Ball e Dragon Ball Z — também da Toei Animation. Sons de espadas se chocando, explosões e até risos vilanescos permanecem praticamente inalterados ao longo de mais de 1000 episódios.
Durante os primeiros anos, essas escolhas poderiam ser justificadas pelas limitações técnicas e orçamentárias da época. No entanto, com a ascensão de One Piece como uma das maiores franquias do Japão, a expectativa por um som à altura da animação cresceu exponencialmente.
A repetição constante desses sons interfere na imersão das batalhas e em cenas dramáticas que exigiriam uma trilha sonora mais adaptada ao novo padrão de qualidade visual estabelecido nos últimos arcos.
O contraste com a nova fase do anime
Com o início do arco de Egghead, pós-hiato de quase seis meses, a animação trouxe um frescor visual evidente, fruto de uma dedicação cuidadosa da equipe da Toei. Os movimentos de câmera, enquadramentos criativos e fluidez nas batalhas revelam uma nova era para a obra de Eiichiro Oda.
No entanto, o som continua sendo o elo mais fraco da produção. Durante cenas de ação intensa e momentos emocionantes, o público ainda escuta os mesmos efeitos genéricos utilizados desde a década de 1990, o que rompe a experiência moderna que a obra tenta entregar em outros setores.
Esse descompasso entre animação de ponta e som antiquado vem gerando desconforto crescente na comunidade de fãs e profissionais da indústria.
Pressão crescente por renovação
As críticas de profissionais como Shigetsugu tendem a ecoar dentro do estúdio. A própria Toei Animation já passou por reestruturações internas nos últimos anos devido a pressões externas, e há precedentes de mudanças significativas em função da reação do público.
Ainda que os comentários do animador tenham sido controversos, eles escancaram uma necessidade de evolução. O público de hoje é mais exigente, e animes contemporâneos investem significativamente em som — uma das peças fundamentais para garantir imersão.
A ausência de inovação sonora pode comprometer a qualidade da entrega, mesmo quando todo o resto caminha para a excelência.
Caso emblemático e apelo por valorização técnica
O caso se tornou emblemático não apenas pelo teor explosivo da crítica, mas por partir de alguém interno à produção, com vivência e participação ativa em episódios e filmes recentes. Isso dá peso à opinião e pode gerar maior repercussão entre os setores envolvidos.
Enquanto alguns fãs entendem o desabafo como necessário, outros consideram a forma como foi feito pouco profissional. Ainda assim, o conteúdo das críticas é inegavelmente pertinente: a sonoplastia de One Piece pede uma atualização urgente.
Se a série deseja permanecer no topo da indústria de animes, acompanhar os avanços técnicos de todas as frentes de produção não é mais uma escolha — é uma exigência.
Com a segunda temporada live-action da Netflix em desenvolvimento e o anime entrando em uma nova fase, espera-se que a equipe de produção leve em consideração as lacunas apontadas por críticos e profissionais da área e promova as melhorias que uma obra dessa grandeza exige.
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