Depois do sucesso inesperado de Grounded, a Obsidian volta ao mundo em miniatura com Grounded 2, que chega em acesso antecipado prometendo mais ambição e refinamento. Ainda em estágio inicial, o título impressiona pela evolução de suas mecânicas e pela criatividade de seu mundo em miniatura.
Mesmo com bugs e áreas ainda limitadas, o jogo já se mostra como um dos melhores do gênero de sobrevivência promissor, cativando pelo humor e pelas novas possibilidades de exploração e combate.
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Ambientação aumentada e nova narrativa
Grounded 2 abandona o quintal original e expande seus horizontes para um parque completo, com regiões que incluem um carrinho de sorvete tombado que se tornou uma geleira, uma estátua misteriosa que desafia seus limites verticais e um jardim em forma de labirinto. Apesar desse salto geográfico, alguns locais reaproveitam ideias do jogo anterior — como grelhas, moitas e mesas de piquenique — o que pode soar repetitivo para veteranos.
O destaque principal está na narrativa mais direta e integrada. Diferente do antecessor, que escondia sua história entre dezenas de horas de coleta e construção, Grounded 2 entrega diálogos divertidos em meio à jogabilidade. Os quatro protagonistas retornam mais confiantes, destilando sarcasmo e piadas ácidas a cada nova descoberta. Além disso, a personagem Sloane Beaumont rouba a cena com sua atuação cômica no papel de aliada ambígua.
Evolução de mecânicas e sistemas de especialização
Entre as mudanças mais impactantes está a inclusão de um sistema de classes que transforma a maneira como os jogadores enfrentam a sobrevivência. Agora é possível escolher entre estilos como:
- Ladino, com velocidade furtiva e ataques rápidos com adagas;
- Brutamontes, focado em força bruta e defesas com armadura de joaninha;
- Mago, com enfoque em ataques especiais e suporte;
- Guerreiro, com equilíbrio entre ataque e defesa.
Esses caminhos são impulsionados por novos equipamentos, conjuntos de armadura com bônus exclusivos e armas adaptadas para estilos variados — uma profundidade estratégica que faltava no título original.
Outro acréscimo relevante é o omni-tool, um utensílio multifuncional que elimina a necessidade de carregar ferramentas como machado, pá ou martelo. A ferramenta está sempre disponível, não requer reparos e agiliza significativamente a coleta de recursos.
Mobilidade revolucionada com montarias
Uma das maiores inovações nesta sequência se dá pela introdução de montarias domesticáveis. O jogador pode chocar ovos de insetos e transformá-los em criaturas companheiras com habilidades únicas:
- Formiga soldado vermelha: transporta grandes volumes de materiais e abre caminhos usando as mandíbulas;
- Aranha-orbe gigante: escala superfícies cobertas por teias e afugenta inimigos menores com rugidos intimidadores.
Essas adições não só tornam a locomoção mais dinâmica como também impactam o combate. Deslocar-se com rapidez possibilita intervenções emergenciais para resgatar aliados ou fugir de emboscadas. Graças a isso, estratégias cooperativas ganham muito mais fluidez.
Áreas que ainda carecem de atenção
Apesar dos elogios, Grounded 2 ainda exibe traços de um jogo em desenvolvimento. O sistema de construção de base, por exemplo, quase não recebeu melhorias. Problemas como a colocação imprecisa de objetos, erros de colisão que impedem construções sem motivo visível e a inconsistência de superfícies continuam presentes. Isso reduz a atratividade da criação de estruturas mais complexas.
A variedade de inimigos também peca pela repetição. Muitos dos inimigos mais presentes — como formigas vermelhas, larvas e tecelões-orbe — são reciclados do jogo anterior. Embora existam adições interessantes, como borboletas de gelo e louva-a-deus agressivos, a sensação de déjà vu é clara. Além disso, criaturas antes comuns, como besouros-negros e vespas, estão ausentes, o que indica que muitas adições ainda estão por vir nas futuras atualizações.
Desempenho ainda instável
A estabilidade do jogo deixa a desejar. Mesmo com expectativas moderadas para um título em early access, Grounded 2 apresenta:
- Quedas frequentes de taxa de quadros, especialmente em áreas com construções maiores;
- Travamentos e crashes depois de algumas horas jogando;
- Inteligência artificial com falhas, como inimigos presos em objetos do cenário.
Esses fatores revelam que há um longo caminho até a versão final. Ainda assim, a qualidade do que já foi implementado — aliada ao potencial de expansão do mapa e ao histórico da Obsidian de boas atualizações em early access — gera otimismo.
Um salto valente rumo ao topo do gênero
Mesmo incompleto, Grounded 2 demonstra um avanço claro sobre seu antecessor. Combinando uma ambientação criativa, novas mecânicas profundas e uma narrativa leve e engraçada, o jogo oferece uma experiência que promete ainda mais no futuro. Caso a Obsidian continue nesse caminho e realize as melhorias esperadas, há grandes chances da sequência se consolidar como referência no universo da sobrevivência em grupo.
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