Atualização de Valheim: call to arms tem melhorias no combate

Quatro anos após seu lançamento em acesso antecipado, Valheim continua a ser um dos principais títulos no gênero de sobrevivência com crafting. Inspirado na mitologia nórdica, o jogo evoluiu de forma consistente, entregando melhorias e adições que ampliam consideravelmente sua profundidade.

A atualização Call to Arms, revelada na Gamescom 2025, reforça esse compromisso com o refinamento da experiência, especialmente no combate e nos elementos de progressão. Apesar de algumas questões persistirem, o mundo continua vasto, imersivo e pronto para novas jornadas.

Melhoria no combate com a atualização Call to Arms

Com a chegada do sistema de adrenalina, o combate corpo a corpo em Valheim se torna mais estratégico e recompensador. Trinketssão acessórios inéditos que ativam bônus ao encher essa barra de adrenalina, mudando a dinâmica de luta e encorajando o jogador a adotar um estilo mais agressivo.

Outro acréscimo é o "perfect dodge", uma esquiva precisa que permite que jogadores abandonem o escudo sem ficarem tão vulneráveis. Houve também mudanças na mecânica de bloqueio, especialmente nos bloqueios perfeitos, que agora não consomem mais stamina. Isso representa um avanço significativo para jogadores que optam por personagens voltados para o combate físico direto.

A tradicional dominance do estilo “arqueiro sorrateiro” agora vem sendo equilibrada. Os aprimoramentos no combate aproximado oferecem alternativas viáveis, reforçando a ideia de liberdade de estilo de jogo.

Presença imponente dos ursos no início da jornada

A introdução de um novo inimigo aos mapas iniciais — os ursos — adiciona mais variedade e desafio ao early game. Mais fortes que greydwarves, mas mais acessíveis que trolls, eles se tornaram um novo pilar na curva de dificuldade inicial.

Além de serem um bom desafio para os iniciantes, os ursos fornecem recursos exclusivos para a criação de um novo conjunto de armadura e armas que reforçam o estilo de combate berserker. Entretanto, ainda resta a dúvida sobre a eficácia desses equipamentos nas seções mais avançadas do jogo, já que a progressão de dificuldade pode torná-los obsoletos rapidamente.

Mistlands e Ashlands elevam o tom mitológico

O mundo de Valheim expandiu-se com a adição dos biomas Mistlands e Ashlands, agregando atmosfera mitológica mais densa e desafios inéditos. Mistlands, com sua névoa quase constante, provoca sensações claustrofóbicas, enquanto Ashlands, localizada ao sul do mapa, oferece perigos incandescentes a todo momento.

Cada nova região é acompanhada de receitas, inimigos e bosses únicos, incentivando a exploração contínua. No entanto, mesmo após mais de 100 horas de jogo, muitos jogadores relatam nunca terem alcançado o Ashlands, o que demonstra o tamanho massivo do mundo e o cuidado com o conteúdo de longa duração.

Valheim ainda mantém seu cronograma de desenvolvimento em acesso antecipado, mas a densidade de conteúdo atual coloca o jogo em condição comparável à versão final de muitos títulos.

Swamps continuam quebrando a progressão

Apesar das melhorias, a transição para os pântanos (Swamps) continua sendo um dos momentos mais difíceis da campanha. O aumento significativo na dificuldade, aliado à inflexibilidade do terreno e à presença constante de veneno, impacta negativamente a sensação de progresso.

Essa região é, para muitos, um ponto de quebra. Isso se agrava pelo fato de que o sistema de portal ainda não está disponível nesse estágio, dificultando severamente o gerenciamento de recursos e o retorno ao refúgio seguro. Ainda assim, sobreviver a essa etapa compensa, já que o conteúdo posterior é mais variado e recompensador.

Greydwarves: incômodos persistentes

Mesmo após diversas atualizações, os greydwarves ainda cumprem uma função repetitiva e, muitas vezes, irritante. Eles são encontrados em grande frequência em áreas de floresta e, apesar de fracos, atrapalham constantemente o progresso do jogador.

A ausência de alguma mecânica ou item específico para reduzir sua aparição — como um trinket repelente — é sentida, sobretudo por jogadores veteranos. Esse tipo de melhoria seria bem-vinda, otimizando a progressão nas áreas iniciais sem eliminar totalmente os desafios.

Mineração e progressão com menos desgaste

A coleta de minérios e o avanço no sistema de crafting foram suavizados com o tempo. Não apenas a percepção geral de grind diminuiu, como também o sistema de reparo sem consumo de recursos adiciona praticidade à rotina do jogador.

Embora a lógica por trás disso possa parecer pouco realista, o ganho de qualidade de vida é evidente. Com isso, há maior liberdade para se concentrar em combate, exploração e construção.

Destaques de qualidade de vida:

• Reparo sem consumo de materiais raros
• Melhorias no sistema de carry weight
• Ritmo mais coeso de criação de equipamentos

Construção continua limitada e pouco intuitiva

O sistema de construção de Valheim permanece um ponto abaixo da média comparado a outros jogos do gênero. A variedade de peças estruturais no início ainda é limitada, o que restringe a criatividade. Além disso, trabalhar em construções verticais é particularmente frustrante, devido ao comportamento de escadas e ângulos.

Soluções simples, como a introdução de andaimes funcionais ou ferramentas de movimentação em altura, poderiam resolver boa parte das queixas. A proposta realista contribui para a imersão, mas compromete a acessibilidade do sistema de construção.

Um clássico moderno em constante refinamento

A jornada por Valheim segue tão divertida quanto em 2021, mas agora com muito mais profundidade e conteúdo. Mesmo que algumas regiões, como os pântanos, ainda prejudiquem a fluidez da progressão, o conjunto da obra é coeso, rico e bem executado.

O ciclo de atualizações mostra que o time da Iron Gate está comprometido em manter o jogo vivo por muito tempo. E, com mais um bioma e um chefe prometidos no roadmap, o epílogo dessa epopeia viking ainda está por vir. Para novos jogadores ou veteranos dispostos a recomeçar, poucas experiências do gênero são tão completas e cativantes atualmente.