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Análise de Mafia: The old Country

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análise de mafia: the old country — explore a sicília de 1904 em um jogo rico em atmosfera, narrativa envolvente e ação no estilo faroeste da máfia.

Mafia: The Old Country transporta a franquia de volta às suas raízes com uma ambientação inédita no início do século XX. Deixando de lado as décadas posteriores que marcaram os títulos anteriores da série, o novo jogo aposta em um cenário siciliano que mistura drama mafioso com elementos de faroeste.

Com uma narrativa linear que favorece o enredo e a construção de mundo, o game oferece uma experiência densa, rica em atmosfera e fiel à estética da época.

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Retorno à fórmula tradicional

Diferente de Mafia III, que dividiu opiniões pelo seu mundo aberto mais solto, Mafia: The Old Country retorna ao estilo linear dos dois primeiros títulos da série. Isso proporciona uma estrutura mais focada, onde o mapa age como um pano de fundo imersivo, e não como um playground repleto de atividades paralelas dispersas.

O uso limitado do mundo aberto permite que a atenção do jogador fique centrada na narrativa, favorecendo a imersão e evitando distrações que possam prejudicar o ritmo da história. Não há elementos coletáveis espalhados ou torres a escalar, o que torna a experiência mais direta.

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Enredo previsível, mas com identidade

A história se passa em 1904 e segue os passos de Enzo Favara, um jovem siciliano que foge das minas de enxofre controladas pela família criminosa Spadaro. Aos poucos, Enzo se envolve com os Torrisi, família rival, e passa a trilhar seu próprio caminho dentro da máfia.

Embora vários arcos sejam familiares — o mentor benevolente, o amigo leal encrenqueiro, o Don imponente e o romance proibido — o texto é bem escrito, e a dublagem eleva o material. Johnny Santiago dá vida ao Don Torrisi com uma presença intimidadora e crível.

A conexão com os jogos anteriores existe e agrada aos fãs atentos, mas o grande destaque está no pano de fundo siciliano e na forma como a ambientação é explorada até nos detalhes mais simples, como alimentos nas cenas e o uso da língua local.

Combate com sabor de velho oeste

O sistema de combate segue como um shooter em terceira pessoa clássico, sem grandes inovações. A diferença está na ambientação e no arsenal, composto por revólveres, rifles de repetição e espingardas da virada do século. Há tiros a cavalo e inimigos que parecem extraídos de um filme de Sergio Leone.

Mesmo com inteligência artificial pouco refinada e inimigos que podem ser enfrentados sem grandes dificuldades, os tiroteios são satisfatórios. Ainda que o sistema de mira com assistência seja permissivo, o foco do jogo não está na dificuldade, mas no desenrolar da história.

Elementos furtivos funcionais

O stealth é simples, porém efetivo. Em algumas missões, a furtividade é obrigatória, mas em outras serve apenas como alternativa tática. O jogador pode atrair inimigos ao jogar moedas ou garrafas — embora apenas objetos pré-determinados possam ser arremessados, o que compromete a coerência visual.

A mecânica de esconder corpos está presente, o que contribui positivamente para a imersão. O protagonista ainda pode usar uma habilidade especial para identificar inimigos próximos, justificada como “instinto treinado na escuridão das minas”.

Um ponto que gera incômodo está ligado à durabilidade da faca, que se desgasta após alguns usos e exige o uso de amoladores — um recurso que nem sempre está disponível. Esse sistema, embora tentasse adicionar profundidade, acaba gerando frustração desnecessária.

Duelos e confrontos únicos

Novidade na franquia, as lutas de faca um contra um funcionam como mini chefes. Elas ocorrem de maneira separada das missões regulares e trazem um sistema exclusivo de ataque, defesa e esquiva. Apesar de visuais cinematográficos e sanguinolentos, os combates carecem de peso dramático.

Há momentos em que uma animação interrompe o controle do jogador, transformando a luta em uma contagem para o próximo corte de cena. Ainda assim, essas sequências adicionam variedade e remetem ao estilo de filmes clássicos de vingança e honra.

Atmosfera imersiva e evocativa

O maior trunfo de Mafia: The Old Country está na construção de mundo. A Sicília do início do século XX, com suas vilas, campos e trilhas empoeiradas, é belamente representada. A transição entre o domínio do cavalo e o surgimento dos primeiros automóveis é mostrada com riqueza de detalhe.

Carros barulhentos e rudimentares fazem parte da narrativa tanto quanto os cavalos, e seu realismo impressiona. O som dos motores centenários, o estalo das correntes e até o desajuste de um gramofone durante uma viagem off-road são exemplos do cuidado técnico.

A corrida inspirada na tradicional Targa Florio, embora breve, é uma das sequências mais memoráveis do jogo. Até mesmo os detalhes culinários — de cannolis a bolinhos de arroz sicilianos — trazem realismo e provocam sensações extra-jogo.

Transição para a Unreal Engine 5

O novo motor gráfico traz estabilidade aparente e uma estética fiel à proposta do jogo. Em comparação com Mafia: Definitive Edition, o impacto visual não é revolucionário, mas as melhorias técnicas são perceptíveis. Durante os testes em PC, não foram encontrados bugs relevantes.

A ambientação aliada a uma apresentação polida resulta em uma das experiências mais coesas da série. O jogo impressiona não por gráficos chamativos, mas pela consistência das escolhas de design e fidelidade à era retratada.

Conclusão

Mafia: The Old Country talvez não reinvente a franquia, mas reforça suas qualidades mais importantes: enredo envolvente, ambientação meticulosa e personagens marcantes. É uma homenagem inspirada às origens da máfia e aos filmes que definiram sua iconografia.

Para quem valoriza narrativa e ambientação mais do que inovação mecânica, o jogo entrega com competência e estilo. Em tempos de mundos abertos saturados, um retorno ao formato linear bem estruturado pode ser exatamente o que faltava.

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