Início » Absolum: desafios e encantos do roguelite beat ‘em up

Absolum: desafios e encantos do roguelite beat ‘em up

Atualizado em

Absolum é o tipo de jogo que testa os limites da repetição em nome do progresso. Com um início lento e mecânicas que só revelam seu verdadeiro brilho após horas de tentativa e erro, ele oferece tanto recompensas satisfatórias quanto frustrações evitáveis.

Apesar dos tropeços iniciais, quem persiste descobre que Absolum possui um sistema de combate envolvente, visual impressionante e sabores mecânicos que se destacam, especialmente quando a curva de poder começa a se equilibrar.

Inscreva-se em nossa newsletter

Fique por dentro de tudo que rola no universo dos games — assine nossa newsletter e receba conteúdos exclusivos.

*Ao enviar os dados você concorda com a nossa Política de Privacidade e aceita receber informações adicionais.

Mecânicas de combate refinadas

Com raízes vindas diretamente do aclamado Streets of Rage 4, Absolum é um beat ‘em up com alma de roguelite onde a agressividade e precisão são peças-chave. O combate inclui personagens com estilos distintos:

  • Karl, o anão tanque com um canhão;
  • Galandra, uma guerreira élfica com uma espada colossal;
  • Cider, ladra ágil com movimentos cibernéticos;
  • Brome, um mago antropomórfico em forma de sapo.

Cada personagem possui golpes únicos, ataques especiais e um “Ultimate”, mas o brilho real vem da liberdade de combinar combos, arremessos e reações a ataques inimigos. O jogo recompensa quem aprende movimentos como defletir ataques ou provocar “clashes”, criando espaços para castigar inimigos com estilo.

Visibilidade inteligente para sua marca

Entre em contato e anuncie aqui!

Cena de combate em Absolum mostra visual vibrante e intensidade nos ataques.O peso da estrutura roguelite

Ao optar por um formato onde se morre e volta — repetidamente — Absolum impõe um progresso lento. Elementos centrais de cada personagem, como combos e mobilidade, precisam ser conquistados através de “Inspirações”, itens temporários adquiridos em determinadas rotas. Isso reduz significativamente o impacto inicial do jogo.

Além disso, há um sistema de progressão persistente que exige coletar moedas em runs mal-sucedidas para desbloquear melhorias definitivas. Embora seja padrão no gênero, aqui o grind atrapalha o ritmo. É frustrante perceber que suas falhas derivam mais da falta de upgrades do que de habilidade.

Problemas enfrentados:

  • Inicialmente, apenas duas rotas e caminhos são abertos.
  • Combates iniciais parecem punições numéricas, não técnicas.
  • Itens-chave ficam restritos a caminhos específicos do mapa.
  • Recompensas repetitivas e itens ocultos sempre no mesmo lugar.

Narrativa promissora, mas ritmada de forma desigual

A história se passa em Talamh, um mundo arrasado por um cataclisma mágico (clássico do gênero). O vilão, Rei Sol Azra, tomou o controle e subjugou a população e os magos sobreviventes. Como rebelde, o jogador busca vingança e reconquista.

Apesar do pano de fundo interessante, o enredo é entregue de forma morosa. Elementos genéricos de fantasia permeiam os primeiros capítulos. Apenas após várias partidas importantes — e mortes — o jogo ganha camadas mais intrigantes, incluindo reviravoltas e momentos de impacto emocional.

Elementos audiovisuais e homenagens marcantes

Visualmente, Absolum impressiona. Há um cuidado com animações, cores e fluidez. A trilha sonora também é um destaque, misturando temas épicos com tons eletrônicos, sustentando a energia das batalhas.

O jogo também incorpora homenagens sutis e diretas a clássicos. Entre os exemplos:

  • A “Gyro Drop” de Cider lembra o “Izuna Drop” de Ryu Hayabusa (Ninja Gaiden).
  • Diversas habilidades refletem estilos de jogos como Devil May Cry em ritmo e estilo.
  • Controles responsivos remetem a beat ‘em ups tradicionais, só que com mais profundidade.

Repetição: uma faca de dois gumes

O principal entrave de Absolum está em sua estrutura repetitiva. A ausência de um mapa procedural faz com que encontros, cofres escondidos e inimigos sejam sempre os mesmos, especialmente no início. Mesmo sendo uma escolha consciente de design, essa previsibilidade prejudica a rejogabilidade que o gênero pede.

Com o tempo, mais caminhos são desbloqueados, e o jogo oferece montarias, mercenários e cenários alternativos, mas leva muitas horas até esse ponto. Enquanto jogos como Hades mantêm o interesse pela diversidade de eventos em cada run, Absolum aposta numa progressão contida.

Considerações finais

Absolum é uma experiência visualmente impressionante e mecânica refinada que acerta principalmente no sistema de combate. Entretanto, sofre com decisões estruturais ligadas ao seu formato roguelite. O excesso de repetição, a limitação inicial de habilidades e a curva de evolução artificialmente travada impedem o título de alcançar um potencial maior.

Para quem gosta de jogos desafiadores, com aprendizado sob pressão e batalhas com peso, há momentos de pura satisfação. Mas é preciso paciência para extrair o melhor que essa mistura de gêneros oferece.

Leia também:

Publicações Relacionadas

Ao continuar a usar nosso site, você concorda com a coleta, uso e divulgação de suas informações pessoais de acordo com nossa Política de Privacidade. Aceito