Activision intensifica combate a trapaceiros no PC antes do lançamento de Black Ops 7

O crescente problema com trapaças em Call of Duty forçou a Activision a intensificar suas medidas antes do lançamento de Black Ops 7. As práticas ilegais se tornaram comuns, sobretudo entre jogadores de PC, onde os recursos são mais propensos à manipulação.

Embora a empresa já tenha investido milhões para coibir atividades irregulares, a luta está longe do fim. Agora, novos esforços de segurança serão colocados em prática para aprimorar a detecção preventiva de trapaças.

Nova ofensiva contra trapaças em Call of Duty

A Activision reconhece que o ambiente multiplayer de Call of Duty, especialmente no PC, tem sido impactado por traps que comprometem a experiência de jogo. Diante desse cenário, a empresa anunciou medidas mais rígidas para tentar combater o problema antes da estreia de Black Ops 7, programada para 14 de novembro de 2025.

Entre as novidades, está a exigência de que os jogadores de PC ativem o Secure Boot e o TPM 2.0. Segundo o comunicado oficial da publisher, essas tecnologias oferecem suporte em nível de hardware, criando uma base confiável para evitar que certos tipos de programas maliciosos atuem diretamente no sistema antes mesmo do jogo iniciar.

Essa abordagem reflete uma estratégia utilizada também por outras gigantes do setor. A Electronic Arts, por exemplo, adotou medidas similares em Battlefield 6. No entanto, esse tipo de proteção tem suas limitações: alguns jogadores ficam impossibilitados de acessar o jogo devido à incompatibilidade de seus PCs com essas exigências técnicas.

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Medidas continuam mesmo durante o beta

Durante a fase de testes beta de Black Ops 7, a Activision também pretende experimentar novos mecanismos antifraude. A intenção é compreender previamente como esses recursos se comportarão em partidas reais e refiná-los antes do lançamento oficial.

Essas ferramentas estão sendo projetadas para garantir uma resposta rápida ao surgimento de traps, mitigando seu impacto o quanto antes e aumentando a eficiência das punições. A companhia reforça que o sistema completo de segurança será ativado apenas no lançamento, quando todas as camadas de defesa estarão plenamente integradas.

Além disso, nos bastidores, a Activision já obteve vitórias relevantes nos tribunais. Em março, a empresa conseguiu a desativação de quatro provedores de trapaças e ainda garantiu mais de US$ 14 milhões em indenizações contra um deles, marcando ações decisivas especialmente antes da volta do aguardado mapa de Verdansk em Warzone.

Shadow ban e notificação dentro do jogo

Outro passo importante nessa tentativa de devolver a justiça ao campo de batalha digital envolve o sistema de “shadow ban”. Agora, usuários banidos temporariamente — ou seja, colocados em ambientes de matchmaking restrito — serão informados diretamente dentro do jogo.

A decisão visa esclarecer aos jogadores se sua conta está sob análise devido a comportamento suspeito. Isso porque mais de 75% dos usuários inseridos neste sistema restrito chegam até ele por meio de partidas em grupo, ou seja, podem ser alvos de investigação sem nem saber o motivo.

No entanto, a Activision reitera que estar sob avaliação em "Limited Matchmaking" não significa necessariamente que o jogador trapaceou. A medida serve como uma barreira temporária até que seja possível confirmar ou descartar a irregularidade.

Cheat x segurança: o jogo invisível do gato e rato

Apesar das múltiplas camadas de proteção, nenhuma solução é definitiva. Segundo a própria Activision, trapaças são um problema contínuo enfrentado por todos os grandes jogos. Isso porque os desenvolvedores de cheats atualizam constantemente suas técnicas, exigindo uma resposta imediata por parte das empresas.

Nesse cenário, medidas como o uso do Secure Boot e permissões em nível de kernel têm se mostrado mais eficazes. Essas ferramentas dificultam consideravelmente o trabalho dos trapaceiros, ao mesmo tempo em que tornam mais simples o processo de identificação e bloqueio pela equipe de segurança.

Ao mesmo tempo, nomes fortes da indústria, como Christian Buhl, diretor técnico de Battlefield 6, veem essas limitações com pesar. Em entrevista, Buhl admitiu estar contrariado por saber que alguns jogadores não conseguem iniciar o jogo por conta dessas exigências — mesmo que reconheça a efetividade da proteção.

O impacto na comunidade e o equilíbrio no multiplayer

Uma das consequências desse movimento é a fragmentação da base de jogadores. Muitos usuários de console optam por desativar o crossplay e jogar apenas entre plataformas semelhantes para evitar o risco de encontrar trapaceiros de PC. Isso prejudica também jogadores honestos no computador, que se veem isolados ou penalizados sem motivo.

Por outro lado, uma comunidade mais protegida tende a se manter mais engajada e fiel, o que pode influenciar positivamente na longevidade do título. A Activision aposta nesse equilíbrio precário: proteger os jogadores fiéis sem afastar quem possui PCs com limitações técnicas.

A expectativa é que, com a chegada de Black Ops 7 e o conjunto de medidas implementadas, a experiência de jogo se torne mais justa e segura para todos. Mesmo assim, como a própria empresa resume, essa batalha não tem fim. Trata-se de um ciclo contínuo de adaptação e monitoramento — uma guerra invisível travada nos bastidores do entretenimento digital.

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