Impressões iniciais de Resident Evil Requiem

O mais recente capítulo da renomada franquia de terror da Capcom, Resident Evil Requiem, parece honrar as tradições da série ao mesmo tempo em que acena para novas possibilidades. Mesmo com apenas 20 minutos de demonstração apresentados durante a gamescom 2025, o jogo já exala tensão, mistério e uma nova ameaça digna dos maiores monstros da franquia.

Com atmosfera claustrofóbica e foco em furtividade, a experiência inicial não traz combates armados, o que reforça o foco no suspense e no medo constante. Ainda assim, é nítido que a Capcom segue aprimorando a fórmula ao equilibrar mecânicas conhecidas com recursos inéditos.

A ambientação assustadora do Rhodes Hill Chronic Care Center

A demonstração se passa em um hospital aparentemente abandonado, chamado Rhodes Hill Chronic Care Center, e coloca o jogador no controle de uma nova protagonista: Grace Ashcroft. Ela inicia sua jornada carregando apenas um isqueiro e garrafas de vidro jogadas pelo cenário, o que imediatamente evidencia que o foco inicial não será o combate, mas a sobrevivência.

O espaço disponível para exploração é bastante restrito – um conjunto de salas interligadas por um longo corredor. Esse ambiente limitado serve como palco para mostrar como a atmosfera opressoraserá essencial para o jogo. Cada passo sussurrado ecoa como se Grace estivesse gritando, e o uso do som para amplificar a sensação de perigo é notável.

Embora o design seja compacto, seus elementos clássicos permanecem intactos: coleta de itens, gerenciamentos de espaço no inventário, combinação de objetos e resolução de pequenos quebra-cabeças. A familiaridade desses aspectos deve agradar aos fãs de longa data.

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Um novo perseguidor que reinventa o medo na série

A grande novidade da demo é, sem dúvida, a introdução do novo stalker– uma criatura doentia que carrega a herança de Mr. X, Lady Dimitrescu e Jack Baker. Com olhos protuberantes, garras afiadas, postura curvada e uma mandíbula reminiscentemente wendigo, a besta chega engolindo o cenário – tanto figurativamente quanto literalmente, ao devorar um zumbi diante da protagonista.

A perseguição é constante e implacável. Assim como o Xenomorfo em Alien: Isolation, esse monstro se move por ductos de ar e tetos, fazendo com que o jogador nunca se sinta verdadeiramente seguro. A tensão é constante: mesmo em um momento de aparente silêncio, a ameaça paira sobre cada sombra.

O diferencial desta criatura, no entanto, está em sua fraqueza – a luz intensa. Ao ser exposta à claridade das lâmpadas do teto, ela grita de dor e recua. Embora o isqueiro portátil de Grace não tenha esse efeito, a descoberta confere aos jogadores uma espécie de zona segura lógica, substituindo o conceito abstrato das salas de save dos jogos anteriores.

Jogabilidade entre o medo e a estratégia

A ausência de armas transforma a estratégia em um elemento central de Requiem. Garrafas de vidro espalhadas pelo cenário funcionam como distrações, permitindo que Grace direcione a atenção da criatura para um ponto e fuja por outro. Ainda que também possam, teoricamente, ser usadas como armas de arremesso, atacar o monstro não parece ser uma opção recomendada — ele é invencível, como todo bom antagonista perseguidor da série.

Mais importante que armas é a furtividade. A habilidade de se abaixar e se esconder por debaixo de mesas ou atrás de portas é essencial para sobreviver. Contudo, isso oferece apenas breves janelas de oportunidade. O som do isqueiro sendo aceso ou um passo mal dado e tudo pode ruir rapidamente.

Outros momentos, como um trecho em que o jogador precisa empurrar uma maca para alcançar determinado item, são brilhantemente construídos para provocar tensão. Em primeira pessoa, o foco no detalhe da ação e a proximidade da criatura tornam a cena esmagadora. Já na terceira pessoa, a sequência recebe animações específicas, como os tropeços de Grace, para manter o impacto na atmosfera de medo.

Alternância entre perspectivas intensifica a imersão

Um dos aspectos mais interessantes da demonstração de Resident Evil Requiem é a possibilidade de alternar entre os modos de câmera em primeira e terceira pessoa. Essa liberdade histórica é uma adição significativa para a franquia, especialmente considerando que não se trata de um remake, mas de um título original e principal da série.

Ambas as perspectivas foram desenvolvidas com igual cuidado, com momentos pensados para tirar o máximo proveito de cada ângulo de visão. A primeira pessoa acentua o peso da presença do stalker, criando sustos repentinos e experiências mais íntimas com o ambiente. A terceira pessoa, por sua vez, proporciona uma visão mais tátil da movimentação, dando ao jogador um senso mais amplo de espaço e fuga – embora com menor intensidade emocional.

Esses detalhes mostram um cuidado minucioso da Capcom ao oferecer uma experiência igualmente assustadoraindependentemente da escolha do jogador.

Sobrevivência e familiaridade no DNA da franquia

Mesmo que a demo não tenha revelado muito, elementos tradicionais da franquia Resident Evil estão todos ali: quebra-cabeças simples, gestão limitada de inventário, chaves temáticas e dispositivos eletrônicos danificados. Esse conjunto reconfortante dá aos jogadores veteranos a sensação de estarem em casa, enquanto introduz aos iniciantes o ritmo cadenciado e tenso que caracteriza a série desde os anos 90.

A ambientação médica e clínica também reforça uma estética já explorada em outras entradas da franquia, como o cenário da delegacia em Resident Evil 2 ou a Baker House no sétimo título. O que muda aqui é a forma como esses ambientes funcionam menos como locais de exploração e mais como arenas tensas de sobrevivência.

Mesmo com sua duração relâmpago, a demonstração de Resident Evil Requiem estabelece uma identidade promissora. Se por um lado oferece segurança nas mecânicas já comprovadas, por outro surpreende com novas formas de interação entre personagem, mundo e monstro – especialmente com o uso de iluminação como ferramenta de defesa.

A Capcom parece pronta para entregar uma aventura que respeita as raízes da série enquanto testa novos caminhos dentro do horror de sobrevivência. Ainda há mistério sobre a profundidade da história, mas se a demo for um indicativo do tom completo do game, os fãs podem esperar por uma experiência assustadora, intensa e memorável.

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