A classe de mago em Dragon Age: Origins sempre foi vista como dominante em comparação aos guerreiros e ladrões. Segundo Mark Darrah, ex-produtor executivo da BioWare, essa força foi moldada por influências do Dungeons & Dragons da 2ª edição.
Parte disso também se deve ao tom mais realista e fundamentado do jogo, o que impôs limitações às outras classes — ao contrário dos magos, cujo leque de feitiços recebia mais atenção e complexidade.
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Influência direta das regras de Dungeons & Dragons
Apesar de Dragon Age: Origins ter sido construído com um sistema próprio, suas raízes de inspiração estão claramente ligadas à segunda edição de Dungeons & Dragons. De acordo com Darrah, os conceitos que guiaram o desenvolvimento de classes no jogo seguiram o mesmo modelo em que magos eram estruturas complexas, com maior profundidade na mecânica de jogo, enquanto guerreiros e ladinos apresentavam abordagens mais simples.
Essa base fez com que o mago se tornasse naturalmente a classe mais robusta de Origins. Ele exibia um número elevado de feitiços com impacto direto na exploração e no combate, o que ampliava significativamente a influência do jogador nas batalhas.
- A estrutura herdada de D&D favorecia magos em termos de variedade de habilidades.
- Ladinos e guerreiros possuíam um design mais “contido”, com foco em realismo e combate direto.
- A quantidade, diversidade e impacto dos feitiços ofereciam vantagens claras em missões de combate em grupo.
Um universo mais realista limitava os demais
Outro ponto destacado por Darrah foi o tom mais contido e fundamentado de Dragon Age: Origins. Isso significava que as habilidades dos guerreiros e ladinos respeitavam, em grande parte, as leis da física e da coerência narrativa. Portanto, não se esperava que um guerreiro pudesse realizar saltos mágicos ou ataques com efeitos sobrenaturais.
A busca por coesão dentro do universo de Thedas fez com que essas classes parecessem menos impactantes em comparação aos magos. O resultado percebido por muitos fãs foi um jogo onde, visual e mecanicamente, ser um mago era mais gratificante.
Em títulos seguintes, como Dragon Age II e Inquisition, essas restrições foram afrouxadas, permitindo que guerreiros e ladinos performassem feito super-heróis. Essa transição ajudou a equilibrar as classes, embora tenha alterado substancialmente a identidade do jogo original.
Importância narrativa e popularidade dos magos
Dentro de Origins, os magos não eram apenas poderosos em batalha, mas também centrais na trama. Personagens como Morrigan não apenas desempenhavam um papel crítico na história, como também se destacavam por sua profundidade e complexidade. Essa combinação de força e enredo reforçou a preferência dos jogadores pela classe.
Não se tratava apenas de mecânicas de jogo — a importância dos magos na construção do mundo de Dragon Age os tornava quase indispensáveis. As interações com o Fade, o controle do poder arcano e os dilemas morais envolvendo o uso da magia ampliaram a presença dos magos no centro narrativo da franquia.
- Morrigan, como exemplo, conquistou fãs tanto pelo poder quanto pela construção dramática.
- Os magos estavam no centro de dilemas éticos recorrentes: liberdade versus controle da magia.
- Isso influenciou também a forma como as escolhas e caminhos da história eram oferecidos ao jogador.
Consequências para os jogos futuros da franquia
Darrah também mencionou que os títulos seguintes da série buscaram corrigir esse desequilíbrio. A partir de Dragon Age II, o combate ganhou características mais cinematográficas e menos centradas em realismo, permitindo que todas as classes tivessem habilidades visuais e mecanicamente impactantes.
Esse reposicionamento de design trouxe mais ação ao estilo de jogo, mas afastou a franquia do modelo enraizado em uma lógica mais tática e narrativa coesa. Ainda assim, para muitos fãs, a essência de Origins — com combate denso, tática por pausa e narrativa envolvente — permanece insuperada.
Embora os tempos atuais mostrem a BioWare focada em outros projetos, como a continuação de Mass Effect, a comunidade ainda clama por um retorno às raízes. Para Darrah e grande parte dos fãs, Dragon Age: Origins permanece como o melhor reflexo do que a série poderia ser — um RPG denso, estratégico e com profundidade narrativa significativa.
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