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Desafios insanos em Elder Scrolls voltam a brilhar

Crédito: Bethesda, Micky D

A distância que a internet cria pode ser estranhamente íntima. Pessoas que antes estavam presentes diariamente em listas de amigos virtuais desaparecem de repente, sem explicação visível, deixando apenas a esperança de que estejam bem.

Inspirado pelo retorno recente do youtuber Micky D, essa sensação de reaproximação trouxe também uma reconexão com um tipo único de conteúdo: os desafios absurdos dentro dos jogos da série Elder Scrolls.

O retorno de Micky D e seu novo desafio

Após dois anos de ausência, Micky D ressurgiu comemorando o anúncio da remasterização de Oblivion, mas não parou por aí. Em seguida, lançou um desafio improvável: jogar The Elder Scrolls II: Daggerfall sem sair da cidade de Daggerfall. O objetivo era acumular um milhão de moedas de ourodentro dos limites urbanos, o suficiente para comprar a casa mais cara da cidade.

O processo foi árduo, envolvendo abusos criativos das mecânicas do jogo e lidando com bugs, como um glitch de escada que o deixou preso no loft de sua nova residência. Essa experiência hilária e de alta resistência destacou tanto o charme quanto as imperfeições clássicas da série.

A popularidade dos desafios em Elder Scrolls

A façanha de Micky D reacendeu o interesse por outros desafios inusitados que jogadores impõem aos games da franquia Elder Scrolls. Entre eles:

  • Jogar Morrowind sem poder enxergar, apenas utilizando pistas de áudio.
  • Concluir o início do mesmo jogo sem caminhar, simplesmente saltando.
  • Enfrentar e derrotar um deus de Morrowind estando no nível 1, missão quase impossível sem o uso inteligente de mecânicas não convencionais.

Esses desafios revelam uma camada inesperada: a elasticidade do design desses jogos. Mesmo décadas após seus lançamentos, suas estruturas abertas ainda permitem experiências totalmente fora do roteiro original.

A magia das imperfeições nos jogos clássicos

Daggerfall, Morrowind e outros clássicos Elder Scrolls compartilham uma característica rara: vivem e respiram através de suas falhas. Erros de programação, sistemas soltos e a liberdade quase anárquica oferecida aos jogadores criaram um ecossistema único.

Em títulos mais recentes, desenvolvedores muitas vezes evitam deixar brechas para exploits ou comportamentos imprevistos. Contudo, foi justamente essa juventude imatura no design que possibilitou:

  • Armas superpoderosas que matam qualquer inimigo com um único golpe.
  • A morte de personagens cruciais para o enredo, encerrando campanhas de maneiras imprevistas.
  • Modificações criadas por fãs que transformam totalmente o ambiente, como o mod que transforma todos os NPCs em zumbis.

Essa liberdade extrema continua a inspirar novas gerações de jogadores e criadores de conteúdo a explorar os limites do possível dentro desses mundos.

Como a criatividade da comunidade mantém os jogos vivos

Há algo fascinante na maneira como desafios, como os de Micky D, mantêm antigos jogos relevantes. A criatividade da comunidade não apenas testa a robustez das mecânicas, mas também respira vida nova em títulos de décadas anteriores.

Vídeos de desafios, transmissões ao vivo e fóruns como Reddit e YouTube são fontes ricas de novas ideias. A prática se tornou tão popular que:

  • Há canais inteiramente dedicados a "zero death runs", "blindfolded plays" e outros formatos extremos.
  • Certos desafios tornaram-se quase rituais entre fãs veteranos da franquia.
  • Desenvolvedores observam essas tendências para criar recursos ou modos oficiais em novas versões e remasterizações.

Essa dinâmica entre jogadores, criadores de conteúdo e desenvolvedores estabelece um ciclo virtuoso, onde todos impulsionam a evolução contínua dos jogos.

O eterno apelo das aventuras impossíveis

Em tempos de produções refinadas e lineares, ver alguém acumular riqueza eterna sem sair de uma única cidade virtual ou desafiar criaturas divinas enquanto cego é refrescante. Essas proezas não apenas homenageiam o passado dos jogos, mas também revelam um amor duradouro pela descoberta e pelo improviso.

A jornada de Micky D destaca que a diversão nos videogames muitas vezes reside fora dos scripts tradicionais. A beleza de explorar o inesperado permanece tão viva hoje quanto nos dias em que Daggerfall e Morrowind moldaram o gênero RPG.

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