Eu amo rematch, mas nem todos os jogadores

Rematch é um jogo de futebol que inova ao misturar ação com esporte, oferecendo movimentações intensas e jogabilidade quase coreografada. Desenvolvido pela Sloclap, estúdio por trás de Sifu, a proposta é ousada, mas nem todo jogador parece entender que futebol é, antes de tudo, coletivo.

Apesar dos belos dribles e jogadas individuais cinematográficas, a experiência pode se tornar frustrante quando o jogo vira uma disputa de egos. Em partidas online, muitos ignoram a dinâmica de time e prejudicam o desempenho coletivo.

A proposta ousada de Rematch

Rematch se destaca por sair totalmente da curva dos tradicionais simuladores de futebol. Com mecânicas que remetem à fluidez dos combates de Sifu — seu antecessor espiritual —, o título apresenta comandos complexos e altamente satisfatórios. A combinação de movimentos permite driblar como Ronaldinho Gaúcho e finalizar com precisão cirúrgica.

A imersão é acompanhada por uma estética urbana estilizada, com personagens carismáticos, cortes de cabelo ousados e uniformes personalizados. A sensação é a de estar num jogo de ação, e não apenas em mais uma simulação esportiva genérica. No entanto, essa mistura de gêneros também traz consequências, principalmente no comportamento da comunidade.

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O problema da individualidade extrema

O ponto mais crítico de Rematch, na visão de diversos jogadores, não está em sua jogabilidade ou visual. A raiz do problema está nos próprios usuários, que frequentemente jogam como se estivessem sozinhos em campo. Nas modalidades 3v3, 4v4 e 5v5, é comum ver tentativas de jogadas solo do início ao fim — dribles excessivos, chutes de longe e pouca visão coletiva.

Essa abordagem transforma partidas em verdadeiros monólogos esportivos. Jogadores correm da defesa ao ataque tentando recriar momentos à la Maradona em 1986, mas frequentemente fracassam e deixam os companheiros frustrados. O conceito de "passar a bola" parece estar em vias de extinção.

Além disso, quem tenta jogar de forma colaborativa acaba isolado, sem receber passes nem participar ativamente. Essa falta de sinergia compromete não só o ritmo do jogo, mas também sua proposta original.

Quando o estilo ultrapassa a técnica

Boa parte do apelo visual de Rematch está na excentricidade dos personagens. Cabelos fluorescentes, uniformes estilizados e chuteiras douradas já viraram marca registrada. Contudo, há um descompasso entre imagem e performance. Muitos jogadores pareciam confiar mais na estética do que na tática.

Quem já enfrentou o clássico "jogador fashion" sabe: é aquele que investiu horas no visual, mas tropeça tentando realizar um elástico mal ensaiado. Esses momentos se tornam frequentes, alimentando a sensação de que o jogo premia o brilho individual.

Contudo, o excesso de jogadas plásticas também pode cansar. Sem equilíbrio com momentos de construção coletiva, até os dribles perdem seu impacto.

A oportunidade de evoluir como coletivo

Embora o jogo seja moldado pela ação individual, existe espaço para o trabalho em equipe. A Sloclap pode investir em mecânicas que incentivem esse comportamento. Por exemplo:

  • Sistema de recompensas: bônus de XP para assistências e uso recorrente de passes.
  • Estatísticas em destaque: ao final das partidas, listar quem mais colaborou com passes e movimentações táticas.
  • Desafios diários ou semanais: objetivos que promovam o jogo coletivo, como completar um número mínimo de passes certos em uma partida.

Tais recursos não apenas estimulam o fair play, mas tornam Rematch ainda mais completo e maduro para sua proposta híbrida.

Jogue com amigos (se puder)

A chave para evitar as frustrações pode estar fora do servidor público. Jogar com amigos — ou encontrar parceiros com mentalidade parecida — pode transformar completamente a experiência. Em um ambiente coordenado, Rematch revela seu verdadeiro potencial: triangulações rápidas, construção desde a defesa e vitórias com sabor de time.

No entanto, a realidade é que formar um grupo assim nem sempre é possível — ainda mais na vida adulta. Encontrar “seu trio Xavi, Iniesta e Busquets” pode ser tão difícil quanto vencer partidas solo. Mas, quando acontece, justifica cada segundo gasto nas arquibancadas digitais.

Enquanto isso, resta torcer para que os próximos passos da Sloclap tragam soluções que incentivem o jogo coletivo — e que os jogadores entendam que nem toda jogada precisa terminar com um golaço de placa. Às vezes, o passe simples é o mais bonito.

Por isso, da próxima vez que tiver a bola em Rematch: só passa a bola. Eu prometo devolver.

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