Mistborn: The Deckbuilding Game é uma fusão empolgante entre o universo literário de Brandon Sanderson e a mecânica envolvente dos jogos de construção de baralho. Com ilustrações caprichadas e referências profundas ao mundo de Scadrial, o jogo oferece uma experiência rica para fãs da saga.
Ao incorporar personagens icônicos como Vin e Kelsier, o tabuleiro transforma páginas em partidas dinâmicas que combinam estratégia, confronto e cooperação. É um daqueles casos em que a paixão por livros e jogos se encontra de forma surpreendentemente satisfatória.
O que você vai ler neste artigo
Conteúdo da caixa
Lançado pela Brotherwise Games, Mistborn: The Deckbuilding Game apresenta um conjunto robusto de componentes físicos e mecânicas que respeitam o material original da saga Mistborn. A caixa vem completa com:
- 1 livro de regras
- 4 cartas de personagem
- 4 conjuntos com 8 fichas metálicas
- 4 discos de vida com cubos coloridos
- 8 cartas de missão
- 4 baralhos iniciais
- 82 cartas de mercado
- 36 cartas de desafio do Lord Ruler
- 1 carta do Lord Ruler
- 1 carta de trilha de dominância
- 16 tokens de atium
- 14 "boxings" (moeda do universo)
- 1 marcador de alvo
- Disco do Lord Ruler com cubos de rastreamento
Esse leque de peças mostra o cuidado dos desenvolvedores em refletir a complexidade e riqueza do universo literário de Brandon Sanderson.
Mecânica de jogo e originalidade
Mistborn segue os princípios centrais de todo deckbuilding game: iniciar com um baralho básico composto por cartas modestas, adquirir novas cartas e formar um leque cada vez mais poderoso. O diferencial está na implementação da magia característica do universo Mistborn: a Alomancia.
Cada carta exige que o jogador “queime” um dos oito metais para ativá-la—a base da Alomancia. A mecânica de “flaring”, onde o jogador utiliza um metal sem contabilizá-lo para o limite de uso do turno, adiciona uma camada de decisão estratégica. Para recuperar os metais utilizados em flaring, é preciso usar uma ação de “refresh” e descartar uma carta compatível.
Outro aspecto interessante é que cada carta pode ser usada como ação ou recurso, representando frascos metálicos que auxiliam nas ativações. Isso gera múltiplos cenários de microdecisão, aprofundando a experiência tática do jogo.
Modos de jogo: competitivo e cooperativo
Mistborn surpreende ao não apenas permitir, mas entregar uma estrutura equilibrada tanto para confrontos entre jogadores quanto para partidas cooperativas.
Modo competitivo
A disputa entre os personagens ocorre num modelo que evita o ataque livre. Apenas uma pessoa por vez pode ser alvo de ataques. Essa pessoa carrega o marcador de alvo, e após ser atacada, pode decidir se o mantém ou passa para outro jogador. Este sistema cria um metajogo diplomático em torno da manipulação de alvos, votos de trégua e alianças efêmeras. Como resultado, há tensão constante e dinâmica política interessante nas partidas.
Modo cooperativo
Por outro lado, o modo cooperativo coloca todos contra o poderoso Lord Ruler. Ele possui seu próprio baralho com discípulos, edictos destrutivos e habilidades especiais. Os efeitos penalizam os jogadores com eliminações de aliados, curas completas para o vilão ou ataques brutais.
O equilíbrio nesse formato é mais evidente em partidas com 1 a 3 jogadores. Com quatro participantes, o desafio apresentado pelo Lord Ruler tende a perder força. Mesmo assim, sua presença como chefe cooperativo garante uma experiência sólida—especialmente em partidas solo, que surpreendentemente revelam o potencial do título como um excelente jogo individual.
Missões, aliados e progressão
O jogo ainda apresenta uma série de missões aleatórias que garantem benefícios exclusivos, como:
- Compra adicional de cartas
- Aumento permanente de ataque
- Curar pontos de vida em momentos críticos
Essas missões variam a cada partida (são 8 no total), aumentando a rejogabilidade e provocando mudanças de estratégia significativas. Além disso, os aliados jogados na mesa permanecem em campo, oferecendo bônus recorrentes cada vez que metais específicos são usados—o que introduz combos e sinergias complexas entre os baralhos.
Limitações e potencial para expansão
Embora conte com quatro personagens icônicos (Vin, Kelsier, Marsh e Shan), a baixa diversidade no elenco afeta a experiência quando jogado com mesas cheias. A ausência de personagens adicionais e a não incorporação de outras escolas de magia como Feruquemia e Hemalurgia são lacunas notáveis para fãs mais hardcore.
Além disso, não há regras alternativas para o jogador assumir o papel do Lord Ruler, algo que poderia enriquecer a dinâmica do jogo. Isso tudo reforça a esperança por futuras expansões. A introdução de personagens da Era 2, como Wax e Wayne, ou até dos Twinborns, traria camadas inéditas de mecânica e fidelidade à narrativa original de Sanderson.
Avaliação final
Mistborn: The Deckbuilding Game é um exemplo de adaptação de franquia que respeita sua origem e busca inovar dentro dos limites do gênero. A jogabilidade rica em escolhas, aliada a uma ambientação fiel, faz dele um prato cheio para fãs de deckbuilding e da Cosmere.
Embora ainda haja espaço para crescer, especialmente com possíveis expansões, sua estrutura atual já entrega um jogo profundo, estratégico e presença marcante nas mesas dos entusiastas.
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