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Estratégia de jogos live-service da Sony enfrenta desafios

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Estratégia de jogos live-service da Sony enfrenta desafios — Sony enfrenta obstáculos em sua estratégia de jogos live-service com falhas de Concord e atraso de Marathon até 2026.

O plano ambicioso da Sony de transformar a marca PlayStation em um polo de jogos como serviço enfrenta obstáculos importantes. Após os tropeços de títulos como Concord e o adiamento de Marathon, a visão de dominar o mercado de live-service parece cada vez mais desafiadora.

Embora alguns títulos tenham obtido êxito, os bastidores revelam cancelamentos, reformulações e uma tentativa de maior controle da Sony sobre seus estúdios. A seguir, entenda como essa estratégia está se desenrolando e quais os impactos para o futuro da marca.

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Uma estratégia ambiciosa e resultados mistos

Em 2022, a Sony anunciou que lançaria mais de 10 jogos como serviço até março de 2026. A promessa visava diversificar o portfólio da empresa e acompanhar tendências de mercado. No entanto, até agora, apenas algumas iniciativas conseguiram entregar resultados notáveis.

Helldivers 2, MLB The Show, Gran Turismo 7e Destiny 2são os únicos games live-service atualmente com desempenho consistente para a empresa. Ainda assim, o CFO Lin Tao reconheceu que “a transformação não está indo completamente bem”, apesar de haver evidências de progresso em relação aos últimos cinco anos.

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Concord e a frustração com o fracasso

A grande decepção veio com o lançamento de Concord, um shooter live-service com estética inspirada em Guardiões da Galáxia. Desenvolvido ao longo de oito anos, o jogo foi mal recebido pelo público e pela crítica, levando a Sony a encerrar as atividades do estúdio Firewalk semanas após a estreia.

Concord trailer oficialConcord tornou-se um símbolo dos riscos associados a grandes produções live-service, especialmente quando o conteúdo de lançamento não atende às expectativas da comunidade. O fiasco gerou reflexões internas e acendeu um alerta sobre a viabilidade do portfólio futuro.

Marathon e os sinais de alerta

Outro golpe na estratégia veio com o adiamento de Marathon, o ambicioso título da Bungie. O jogo segue previsto para ser lançado até março de 2026, segundo Lin Tao, mas o próprio executivo já alertou que isso “não é um compromisso”. A decisão de postergar veio após feedbacks mistos durante fases de testes.

Além disso, a Sony tem adotado medidas para reduzir a independência da Bungie, que anteriormente operava com autonomia após ser adquirida. O objetivo é integrar mais firmemente o estúdio ao ecossistema da PlayStation Studios, com foco em performance comercial e estratégias coesas.

O apagão de projetos e os jogos engavetados

A reavaliação da estratégia tem levado à cancelamento de diversos projetos internos, muitos dos quais nunca foram oficialmente anunciados. Entre os títulos abandonados estão:

  • Um live-service de God of War desenvolvido pela Bluepoint Games
  • Um jogo do estilo em produção pelo Bend Studio (de Days Gone)
  • Um projeto baseado em Twisted Metal da Firesprite
  • Um multiplayer cooperativo do universo Homem-Aranha chamado The Great Web
  • O multiplayer de The Last of Us, cancelado pela Naughty Dog após anos em desenvolvimento

Tais cortes evidenciam a dificuldade de replicar o sucesso de modelos como Fortnite ou Warzone dentro da proposta narrativo-centrada da marca PlayStation.

Fairgame$: incertezas envolvendo a Haven Studios

Outro exemplo de instabilidade envolve o jogo Fairgame$, da Haven Studios. Adquirida pela Sony em 2022, a equipe liderada por Jade Raymond trabalhava desde 2021 no que deveria ser um heist shooter inovador. No entanto, após testes externos e a saída de Raymond em maio, o projeto enfrenta incertezas e foi adiado para, no mínimo, 2026.

A falta de atualizações ao público aumenta o ceticismo quanto à capacidade da Haven de entregar um produto competitivo. O histórico recente de cancelamentos e mudanças de direção apenas agrava o panorama.

Uma nova postura e foco renovado nos blockbusters

Enquanto isso, recentes apresentações da Sony indicam uma volta às raízes da marca com foco em jogos single-player narrativos, como:

  • Ghost of Yōtei
  • Intergalactic: The Heretic Prophet (novo projeto sci-fi da Naughty Dog)

O retorno a esse modelo pode ser uma resposta direta aos desafios enfrentados com o modelo live-service. De toda forma, a Sony parece mais cautelosa, priorizando qualidade e viabilidade de longo prazo em novos investimentos.

Controle mais rígido e lições aprendidas

Diante das dificuldades recentes, Lin Tao salientou que a empresa está empenhada em corrigir as falhas e realinhar seus estúdios às diretrizes de negócios da PlayStation. Em especial, a gestão da Bungie está sendo ajustada para operar com foco empresarial e menos autonomia criativa, algo que ex-executivos já consideraram positivo.

Mesmo com os tropeços, a Sony não parece abandonar totalmente o segmento — mas sinaliza que caminhará com mais prudência. A experiência amarga com cancelamentos e a fraca recepção de lançamentos recentes são ensinamentos claros de que só ambição não basta.

A expectativa é que, até 2026, poucos títulos live-service efetivamente cheguem ao mercado. E, se chegarem, esses projetos certamente terão passado por um rigor ainda maior de avaliação, tanto técnica quanto estratégica.

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