A logo da Havok já foi presença marcante nas telas de carregamento de jogos nos anos 2000. Para muitos, significava física avançada, realismo e diversão garantida.
Com o tempo, essas telas sumiram e, com elas, também a lembrança da tecnologia por trás de clássicos como Half-Life 2 e Max Payne 2. No entanto, o middleware irlandês nunca desapareceu: continua silenciosamente presente em títulos de peso da indústria atual.
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Havok ainda está em todos os lugares — só ficou mais discreta
Durante boa parte dos anos 2000, ver o logo da Havok era quase um ritual ao iniciar um novo jogo. Hoje, isso mudou. A popularização dos SSDs e o objetivo de entrar rapidamente na experiência fizeram ossplash screens perderem espaço. Com isso, não é surpresa que muitos jogadores não reconheçam mais a marca.
Mesmo assim, a Havok segue ativa. A tecnologia é utilizada em títulos recentes e de grande destaque como:
- Elden Ring
- Helldivers 2
- Zelda: Breath of the Wild
- Doom Eternal
- Destiny 2
- Rainbow Six Siege
Isso só reforça como a empresa se adaptou aos novos tempos, mantendo-se relevante mesmo sem a antiga visibilidade.
Física de jogos além do sensacionalismo visual
No início da década de 2000, eram as simulações exageradas de bonecos e objetos que encantavam. Games como Max Payne 2 se destacavam justamente pela “física de boneca de pano”, que representava o ápice da tecnologia interativa da época.
Hoje, porém, jogos com pilhas de caixas ou efeitos de destruição não surpreendem mais tanto. Desenvolvedores buscam simulações mais consistentes e integradas aos sistemas do jogo, e é nesse ponto que a Havok continua a brilhar — mesmo fora dos holofotes.
Ao desenvolver sistemas mais estáveis e realistas, a Havok permite:
- Maior liberdade para os jogadores, com mundos mais abertos à experimentação;
- Menos falhas frustrantes, como objetos essenciais atravessando cenários;
- Interações mais verossímeis entre NPCs e ambiente.
Novos investimentos em inteligência de NPCs e caminhos realistas
Além da física de objetos, a Havok tem apostado na melhoria dos sistemas de movimentação dos personagens controlados pela IA. Com criaturas de diferentes tamanhos, formas e comportamentos, a navegação dos NPCs se tornou algo muito mais difícil de calcular.
Para oferecer melhores experiências, a empresa investe em:
- Algoritmos de pathfinding mais inteligentes
- Capacidade de adaptação a diferentes terrenos, inclinações e obstáculos
- Simulações mais completas de grupos e multidões
Essas inovações nem sempre são perceptíveis pelo jogador comum, mas tornam os encontros e embates dentro do jogo mais dinâmicos e imersivos.
Evolução de modelo e acessibilidade para novos estúdios
A Havok, que pertence à Microsoft desde 2015, também repensou sua estratégia comercial. Nos últimos meses, lançou uma estrutura de preços mais acessível, com pacotes a partir de US$ 50.000 por produto.
Essa redução tem o objetivo de atrair estúdios de médio porte, muitas vezes formados por 10 a 50 pessoas, que possuem ambições grandes, mas orçamento limitado. Ao democratizar o acesso à sua tecnologia, a Havok reforça seu papel como ferramenta essencial para desenvolvedores que buscam qualidade técnica sem precisar desenvolver tudo internamente.
Com menos holofotes, mas tanto impacto quanto antes
O fato de a Havok ter se tornado quase invisível nas telas iniciais dos jogos não representa uma queda em sua importância. Ao contrário: ao tornar-se uma parte natural e confiável das engines modernas, a empresa conseguiu manter sua posição como referência no mercado.
Mesmo que o ícone da serra amarela apareça menos, sua atuação está presente onde realmente importa — dentro da jogabilidade de alguns dos títulos mais importantes da atualidade. E talvez, como muitos esperam, os tempos de telas de carregamento longas retornem por outras razões (como compilação de shaders), dando lugar novamente àquele antigo, nostálgico logo no canto da tela.