Nintendo busca identificar autor de vazamento de Pokémon no Discord

Crédito: Nintendo

Seis meses após o vazamento que expôs décadas de materiais confidenciais da franquia Pokémon, a Nintendo iniciou uma ofensiva legal para descobrir quem está por trás da divulgação. O alvo é um usuário do Discord conhecido como "GameFreakOUT", supostamente responsável pelo chamado "teraleak".

A empresa solicitou a emissão de uma intimação legal para que o Discord forneça informações que permitam identificar o responsável. Caso aprovado, o pedido pode levar à abertura de um processo judicial com consequências severas.

O que foi o “teraleak” e por que ele é tão grave

O “teraleak” foi um dos maiores vazamentos da história da Nintendo. Ele revelou materiais inéditos coletados ao longo de 25 anos de desenvolvimento da franquia Pokémon, incluindo:

  • Sprites e artes conceituais nunca divulgadas ao público
  • Documentos de design interno
  • Registros de reuniões da The Pokémon Company
  • Recursos relacionados a filmes cancelados e versões inacabadas dos jogos

Boa parte do conteúdo remonta ao final dos anos 1990, inclusive elementos da série animada original. A divulgação dessas informações compromete de forma direta a proteção de propriedade intelectual da empresa, considerada altamente estratégica para a Nintendo.

A ofensiva jurídica e o papel do Discord

A partir de uma petição na justiça da Califórnia, a Nintendo requer que o Discord forneça todos os dados que tiver disponíveis para identificar o usuário "GameFreakOUT". Entre os dados solicitados estão:

  • Nome completo
  • Endereço físico
  • Número de telefone
  • E-mail
  • Endereço IP

Esse processo é baseado em uma solicitação de intimação pela Lei dos Direitos Autorais do Milênio Digital (DMCA). Embora o Discord costume cooperar com este tipo de solicitação legal, o caso ainda aguarda decisão judicial, mas tudo indica que o pedido será atendido.

Precedentes indicam punições severas

O histórico jurídico da Nintendo demonstra que a empresa não mede esforços para proteger seus direitos. Um exemplo notório é o de Gary Bowser, condenado por desenvolver e vender modchips que burlavam os sistemas de segurança dos consoles da empresa. Apesar de ter cumprido apenas um ano de prisão, Bowser foi condenado a pagar US$ 4,5 milhões — valor logo seguido por mais uma multa civil de US$ 10 milhões.

Em outra ocasião, dois envolvidos no vazamento do guia estratégico de Pokémon Sword and Shield foram condenados a pagar US$ 150 mil cada, conforme relatado pela Polygon em 2021. Os valores expressivos das indenizações evidenciam a estratégia da Nintendo de aplicar penas exemplares.

O que pode acontecer com o autor do vazamento

Até o momento, o autor do “teraleak” ainda não foi identificado publicamente. No entanto, com o avanço da petição judicial e a possível colaboração do Discord, é provável que isso mude em breve. Caso a identidade venha a público, a Nintendo poderá:

  • Ingressar com uma ação judicial por danos à propriedade intelectual
  • Solicitar indenizações por perdas e danos com base no alcance do vazamento
  • Exigir a remoção de conteúdos ainda em circulação

Apesar de o conteúdo não ter sido monetizado, o simples ato de divulgar materiais protegidos por direitos autorais já configura violação da lei. Dada a magnitude do vazamento — muito superior a outros casos já processados — espera-se uma resposta dura por parte da empresa japonesa.

Naturalmente, o caso também levanta debates sobre segurança da informação em empresas de jogos e a responsabilidade das plataformas digitais em colaboração com investigações. Neste cenário, a Nintendo demonstra novamente estar disposta a ir até o fim para proteger suas criações, mesmo que isso envolva anos de litígios ou ações de alto impacto contra indivíduos.

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