Microsoft muda atualizações para enfrentar desafios do Windows 10

Nas próximas semanas, a Microsoft enfrentará um dos desafios mais sérios desde o lançamento do Windows 10 em 2015. Com o suporte ao sistema previsto para terminar em outubro de 2025, milhões de usuários ainda resistem à mudança para o Windows 11.

Diante dessa resistência incomum, a empresa adotou novas estratégias. Além de alterar sua política de atualizações, ela decidiu oferecer suporte estendido pago, algo inédito para usuários domésticos.

A lenta transição para o Windows 11

Mesmo anos após seu lançamento, o Windows 11 ainda não ocupou o espaço esperado no mercado. Conforme dados de abril de 2025 da StatCounter, o Windows 10 ainda domina com cerca de 53% de participação, enquanto o Windows 11 permanece abaixo da casa dos 40%.

Esse descompasso compromete os planos da Microsoft e levanta preocupações de segurança em escala global. Com computadores desatualizados e vulneráveis, brechas podem ser exploradas por cibercriminosos após o fim do suporte oficial.

Entre os principais culpados pela baixa adoção do Windows 11 está uma mudança drástica nos requisitos de hardware. Sistemas precisam contar com processadores recentese suporte ao TPM 2.0, o que exclui uma enorme base de dispositivos ainda em uso e plenamente funcionais.

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Alternativas drásticas e inéditas

Para tentar evitar uma crise de segurança cibernética massiva e não perder sua base de usuários de longa data, a Microsoft terá que conviver com uma realidade incômoda. A empresa passou a oferecer, pela primeira vez, suporte estendido de segurança para usuários individuais, que até então era exclusivo a empresas e instituições.

O modelo prevê o pagamento de US$ 30 por ano para quem deseja manter o Windows 10 minimamente protegido. Trata-se de uma solução paliativa, já que esse suporte adicional só será valido até outubro de 2026 para usuários domésticos.

Além disso, surgiram alertas mais frequentes e intrusivos informando sobre a data final de suporte, numa tentativa de pressionar o usuário a migrar. Contudo, diversos usuários continuam ignorando os avisos e se recusam a abandonar o sistema.

Por que os usuários não querem largar o Windows 10

A realidade é que o Windows 10 atingiu um patamar similar ao que o Windows XP e o Windows 7 tiveram no passado: estabilidadealiada à eficiência nas tarefas diárias. Esse nível de confiabilidade gerou uma espécie de dependência do sistema por boa parte dos usuários.

Adicionalmente, muitos consumidores acreditam que não há justificativa técnica suficiente para comprar um novo computador apenas para atender à exigência do novo sistema. Seu hardware ainda dá conta do recado — navegar, consumir conteúdo, produzir textos e rodar softwares comuns ainda funciona bem no Windows 10.

Esse cenário se agrava com reclamações sobre o próprio Windows 11. Problemas de desempenho, falta de compatibilidade com programas antigos e mudanças na interface gráfica não agradaram a todos. Esses fatores reforçam ainda mais a preferência pelo sistema anterior.

Soluções improvisadas e alternativas não oficiais

Um movimento interessante tem ganhado força com o tempo: pessoas têm instalado Windows 10 e Windows 11 em aparelhos Android. Desenvolvedores independentes conseguiram, por meio de adaptações externas, rodar versões dos sistemas da Microsoft em celulares, uma façanha que, embora experimental, revela a busca por versatilidade e personalização.

Além disso, há quem esteja recorrendo a sistemas alternativos como distribuições Linux leves, permitindo o reaproveitamento de computadores que não têm suporte ao Windows 11. Essas opções, no entanto, ainda são restritas a usuários avançados ou entusiastas da tecnologia.

A Microsoft também recomenda que usuários vendam ou reciclem suas máquinas antigas, promovendo uma espécie de "limpeza de mercado", o que evidencia a dificuldade da empresa em manter o legado do Windows 10 sem abrir mão de suas novas diretrizes com o Windows 11.

Um ponto de inflexão para a Microsoft

O desafio enfrentado com a migração do Windows 10 pode se tornar um marco na trajetória da Microsoft. A resistência dos usuários em abandonar um sistema consolidado mostrou que as decisões da empresa precisam equilibrar inovação com acessibilidade.

Se a adoção do Windows 11 continuar em ritmo lento, existe o risco de o sistema nem sequer alcançar a liderança antes de 2026, muito depois do fim oficial do suporte ao Windows 10. Até lá, a Microsoft terá que lidar com um cenário onde segurança e confiança do usuário disputam espaço com exigências técnicas e de mercado.

No fim das contas, o que parece certo é que a pressão para abandonar o Windows 10 será crescente. Ainda assim, muitos usuários optam por pagar pela extensão ou buscar caminhos próprios, evidenciando que, para boa parte do público, a Microsoft não entregou um sucessor à altura.

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