Início » Criador de Painkiller critica reboot cooperativo recente

Criador de Painkiller critica reboot cooperativo recente

Publicado em
Criador de Painkiller critica reboot cooperativo recente — Criador de Painkiller critica o reboot cooperativo recente, apontando mudanças que distanciam o jogo do original.

Um dos relançamentos mais curiosos do ano no universo dos games para PC foi o de Painkiller, uma franquia clássica de tiro em primeira pessoa. No entanto, o novo título sequer conseguiu atrair atenção significativa, desaparecendo rapidamente do radar da comunidade gamer.

O motivo para esse insucesso parece ir além da competitividade do mercado. O criador original da série, Adrian Chmielarz, foi categórico em sua avaliação: ele simplesmente desaprova por completo o rumo que o reboot tomou.

Inscreva-se em nossa newsletter

Fique por dentro de tudo que rola no universo dos games — assine nossa newsletter e receba conteúdos exclusivos.

*Ao enviar os dados você concorda com a nossa Política de Privacidade e aceita receber informações adicionais.

As mudanças na fórmula de Painkiller

A nova versão de Painkiller, desenvolvida pelo estúdio polonês Anshar Studios, trouxe mudanças drásticas na estrutura concebida em 2004. O jogo trocou a campanha singleplayer focada em hordas demoníacas por uma abordagem cooperativa, semelhante a títulos como Left 4 Dead e até mesmo com inspirações nos movimentos acelerados de Doom Eternal.

Apesar dessas referências consagradas, muitos jogadores pareceram resistir à reformulação. A recepção no Steam refletiu essa divisão: menos de 600 avaliações atribuíram ao game uma nota "mediana", evidenciando uma base de usuários pouco engajada e opiniões bastante dispersas.

Visibilidade inteligente para sua marca

Entre em contato e anuncie aqui!

Críticas de Adrian Chmielarz

Adrian Chmielarz, criador original de Painkiller e atual responsável pelo estúdio The Astronauts, testou o reboot ainda em sua fase beta. Em entrevista, ele afirmou que discordou de todas as decisõescriativas tomadas pela equipe, destacando que embora mantenham o nome da franquia, o novo jogo "não tem nada a ver" com o original.

Chmielarz chegou a classificar o projeto como um “Skinwalker” — uma entidade que aparenta ser algo conhecido, mas carece da essência original. Mesmo reconhecendo a competência do estúdio Anshar em trabalhos terceirizados, ele criticou diretamente a reconceituação do título, vista como uma ruptura com a identidade estabelecida da franquia.

Identidade e atmosfera do original

Para o criador, a força de Painkiller estava justamente em seu clima sombrio e tom sério, características raras em shooters da época. Embora o reboot mantenha alguns elementos visuais e até mesmo o arsenal do jogo clássico, sua abordagem mais leve e recheada de explosões e piadas quebra, segundo Chmielarz, a atmosfera indispensável que Painkiller carregava.

Além disso, ele questiona a lógica de se utilizar uma IP conhecida apenas para descaracterizá-la. Para Chmielarz, o nome Painkiller pode ter prejudicado mais do que ajudado, afastando fãs antigos e confundindo novos jogadores. Segundo ele, um nome inédito talvez tivesse ampliado o alcance e suavizado as críticas.

Comparações com outros casos da indústria

Adrian Chmielarz citou o exemplo de Prey (2017), reboot lançado pela Arkane Studios, que também enfrentou críticas por se distanciar de sua origem com System Shock. Assim como o Painkiller atual, o título reciclou um nome familiar para uma experiência completamente distinta, o que gerou confusão e descontentamento similar entre os fãs mais antigos.

Situações desse tipo levantam discussões recorrentes na indústria de jogos eletrônicos sobre o valor das propriedades intelectuais e o limite das reinterpretações criativas. Nem sempre o uso de uma marca consagrada é garantia de sucesso — e, como no caso de Painkiller, pode resultar no efeito contrário.

O presente de Chmielarz com Witchfire

Apesar da frustração com o reboot de sua antiga criação, Chmielarz seguiu seu caminho. Seu projeto atual é Witchfire, um shooter com elementos de RPG e atmosfera sombria que remete, em partes, à essência de Painkiller. Lançado inicialmente pela Epic Games em 2023, o jogo chegou ao Steam em acesso antecipado em 2024 e vem recebendo atualizações constantes.

Entretanto, nem tudo são flores. A última atualização, intitulada The Reckoning, teve de ser rapidamente ajustada por desequilibrar o jogo com um novo recurso — o “World Corruption” — que, segundo o próprio Chmielarz, "fez o jogo mudar de gênero".

O futuro de Painkiller, por ora, parece incerto. Enquanto fãs da franquia original ainda guardam memórias da ação frenética e da estética sinistra do passado, o reboot feito por Anshar Studios talvez tenha tentado ir longe demais sem lembrar de onde veio.

Leia também:

Publicações Relacionadas

Ao continuar a usar nosso site, você concorda com a coleta, uso e divulgação de suas informações pessoais de acordo com nossa Política de Privacidade. Aceito