A CD Projekt conquistou relevância com a série The Witcher, especialmente com o sucesso massivo de The Witcher 3. No entanto, decisões criativas anteriores, como a bifurcação narrativa de The Witcher 2, continuam sendo tema de debate.Segundo Adam Badowski, co-CEO da CD Projekt, a estrutura dividida do segundo jogo da franquia, que oferecia duas trajetórias completamente diferentes a partir de uma única escolha, foi considerada um experimento arriscado, difícil de repetir.
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A estrutura ousada de The Witcher 2
Lançado em 2011, The Witcher 2: Assassins of Kings apresentava uma escolha central no meio da narrativa que impactava drasticamente o rumo do jogo. Ao escolher entre apoiar Roche ou Iorveth, o jogador experimentava realidades distintas, com personagens exclusivos, locações alternativas e missões totalmente diferentes.A magnitude dessa divisão fez com que aproximadamente 90% do segundo ato do jogo váriasse conforme a decisão tomada. Isso não apenas alterava o enredo, mas também exigia o desenvolvimento de vários ativos únicos que somente uma parte dos jogadores veria, o que, na visão empresarial, trouxe desperdício de recursos produtivos.
Limitações versus ambição
Durante uma entrevista à PC Gamer, Adam Badowski explicou que esse modelo de design, ainda que inovador, não se sustentava em escala de produção. "Você pode seguir um caminho e nunca verá o outro", disse ele. Para um estúdio ainda em crescimento, isso representava uma duplicação de trabalho sem um retorno proporcional, principalmente considerando que a maioria dos jogadores completaria apenas uma linha narrativa.No contexto de produção, repetir esse modelo seria arriscado e financeiramente inviável. Com o aprendizado vindo de The Witcher 2, a CD Projekt optou por estruturas narrativas mais integradas em seus projetos posteriores.
The Witcher 3 e o foco na coesão
Em The Witcher 3: Wild Hunt, lançado em 2015, a abordagem foi revista. Embora ainda permitisse decisões com repercussões significativas, a jornada era mais coesa e menos segmentada. Em vez de oferecer experiências totalmente separadas, o foco passou a ser manter narrativas de qualidade dentro de uma estrutura de mundo aberto.Badowski reconheceu que a principal conquista foi equilibrar uma história envolvente com a amplitude exploratória daquele universo. “A maior questão era como entregar um jogo tão grande em um mundo aberto sem perder a força da história de Geralt”, afirmou.A comparação com Skyrim, jogo da Bethesda que dominava as discussões à época, foi inevitável. No entanto, ao contrário da estrutura mais genérica de Skyrim, The Witcher 3 buscou unir profundidade narrativa a um mundo expansivo.
Escolhas narrativas e viabilidade comercial
Por trás de cada decisão criativa, existe um cálculo de custo-benefício. A aplicação de recursos em segmentos que grande parte dos jogadores talvez nunca veja levanta questionamentos sobre eficiência e sustentabilidade.De acordo com Badowski, o dilema da estrutura de The Witcher 2 serviu como um laboratório narrativo. Embora tenha rendido elogios à época, dificilmente será replicado. As experiências únicas proporcionadas dividiram jogadores, mas também sobrecarregaram equipes e orçamento.Diante disso, a empresa passou a priorizar design modular e reutilização de ativos narrativos, evitando percursos drasticamente distintos. Essa lógica se aplica também ao futuro da franquia, inclusive em possíveis desdobramentos com Ciri como protagonista.
Perspectivas para o futuro da série
O desenvolvimento de um novo capítulo da série The Witcher já está em andamento, apelidado por fãs como The Witcher 4. Ainda não se sabe se haverá um retorno aos elementos experimentais de jogos anteriores, mas é provável que a CD Projekt mantenha a fórmula de mundo aberto interligado por múltiplas escolhas que convergem em finais variados, mas sem exigir criação de ramificações inteiramente novas.Além disso, outras frentes, como a expansão da franquia em adaptações seriadas e novos jogos, continuam reforçando a aposta em um universo mais acessível e menos fragmentado. A experiência com The Witcher 2 ainda é valorizada pela ousadia, mas cada vez mais vista como um ponto fora da curva de viabilidade criativa.https://www.youtube.com/watch?v=HedLjjlSy3YDessa forma, embora reverenciada por muitos fãs, a divisão de caminhos em The Witcher 2 permanece como uma memória criativa audaciosa que dificilmente se repetirá nos moldes originais. A CD Projekt segue buscando o equilíbrio entre inovação e praticidade, sempre com foco em histórias impactantes que alcancem o maior público possível.
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