A nova expansão de Assassin’s Creed Shadows, intitulada Claws of Awaji, segue uma filosofia conservadora, focando mais na continuidade narrativa do que na inovação. Ao levar os protagonistas Naoe e Yasuke até a ilha de Awaji, o conteúdo adicional tenta aprofundar a trama original, embora sem oferecer grandes reviravoltas.
Apesar do esforço para estender a história e introduzir novos elementos de jogabilidade, como armas e habilidades, Claws of Awaji não consegue se destacar de forma marcante dentro do universo do jogo base.
O que você vai ler neste artigo
Continuação segura da narrativa
Diferente de outras expansões da franquia, que frequentemente apostam em ambientações ousadas ou místicas, Claws of Awaji apresenta uma proposta mais contida. A história amplia levemente os fios já iniciados no jogo principal, especialmente o mistério envolvendo a mãe desaparecida de Naoe e a infiltração da Ordem dos Templários no Japão feudal.
Entretanto, o enredo se desenvolve de maneira previsível, com uma estrutura familiar baseada na eliminação metódica de líderes templários. Essa previsibilidade compromete a profundidade emocional da trama, que termina sem grandes revelações ou desfechos impactantes.
Ambientação belíssima, mas repetitiva
Visualmente, a ilha de Awaji mantém o padrão estético elevado de Assassin’s Creed Shadows. Com montanhas nevadas, pântanos sombrios e cenários arquitetônicos como navios em construção, o local oferece belos visuais. Contudo, o design da ilha não difere significativamente do restante do mapa do Japão já explorado na campanha principal.
A ausência de pontos rápidos de viagem em boa parte do mapa reforça a necessidade de navegar por terrenos desafiadores, especialmente ao subir e descer terrenos íngremes. Isso contribui para uma sensação maior de hostilidade, mas também pode tornar a exploração cansativa para jogadores com menos tempo disponível.
Novas armas e habilidades sem muito impacto
A principal adição em Claws of Awaji é a introdução do bastão (bo staff), novo tipo de arma disponível para Naoe. Apesar de versátil, tendo ataques de longo alcance e mixagens para combates um a um, a arma mostra maior eficiência em confrontos diretos do que em controle de multidões, o que era sua proposta inicial.
O sistema de combate também é incrementado com novas habilidades tanto para Yasuke quanto para Naoe. Ainda assim, essas habilidades não se diferenciam o suficiente das anteriores para alterar profundamente o estilo de jogo. Jogadores veteranos provavelmente seguirão confiando em técnicas já consolidadas ao longo da campanha principal, evidenciando a limitação da expansão em renovar a experiência.
Missões secundárias e exploração pouco estimulantes
As atividades secundárias continuam disponíveis, mas dessa vez estão ainda mais escondidas. Não é comum encontrá-las de forma natural, exigindo que o jogador vá atrás intencionalmente desses eventos opcionais. Esses desafios oferecem conhecimento necessário para desbloquear habilidades, mas dificilmente motivam quem busca apenas seguir a linha principal de missões.
Apesar disso, os momentos de tensão são mais frequentes. A movimentação constante de inimigos, a presença de armadilhas nas estradas e o comportamento agressivo dos guardas trazem intensidade à exploração. Inclusive, as ameaças constantes ligam-se com a narrativa, como grupos de ninjas à serviço do caçador Nowaki ou forças sob o comando do brutal vanguardista Tomeji.
Esses elementos acrescentam um dinamismo interessante ao andamento das missões, reforçando a sensação de perseguição.
Estrutura de campanha bem amarrada, porém breve
O enredo principal gira em torno da eliminação dos três comandantes fiéis ao líder templário na região de Awaji. A missão se desenrola como um quebra-cabeça estratégico: enfrentar capangas na estrada traz pistas sobre o esconderijo de um vilão; causar alvoroço nas cidades enfraquece a estrutura defensiva de outro antagonista.
Esse encadeamento entre gameplay e narrativa é o aspecto mais bem-sucedido da expansão, equilibrando bem ação aberta e furtividade. A inteligente divisão das tarefas entre Yasuke (combate direto) e Naoe (infiltração e assassinato) em momentos-chave também amplia a sensação de um trabalho em equipe bem coordenado.
Considerações finais sobre Claws of Awaji
Claws of Awaji não entrega uma transformação significativa ao universo de Assassin’s Creed Shadows, mas funciona bem como uma extensão concentrada da história. O conteúdo é sólido para quem já está imerso no jogo principal, oferecendo cerca de 10 horas de aventura intensa, porém previsível.
A expansão acerta ao aumentar o nível de ameaça no ambiente e ao casar essa tensão com os objetivos da campanha, criando um ciclo de jogabilidade envolvente. Entretanto, falha em oferecer descobertas relevantes, habilidades inovadoras ou um motivo imperdível para prolongar a estadia no Japão feudal virtual.
Para fãs dedicados da franquia, é um capítulo adicional interessante. Para os demais, sua ausência não compromete a experiência principal.
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