Shinobi: Art of Vengeance resgata com maestria a essência clássica dos jogos de ação 2D, trazendo de volta o lendário Joe Musashi em uma jornada intensa de vingança. Com um visual renovado e mecânicas modernas, o game se destaca como retorno triunfal da icônica franquia da Sega.
Ambientado em um universo retrô-futurista, Art of Vengeance equilibra nostalgia com inovações sólidas em gameplay e design. O combate rápido, controles responsivos e uma direção artística deslumbrante garantem uma experiência marcante do início ao fim.
O que você vai ler neste artigo
Narrativa direta e imersiva
A história segue o tradicional espírito dos arcades dos anos 1980. Joe Musashi, agora um mestre ninja aposentado, retorna à ativa após seu vilarejo ser atacado pela corporação paramilitar ENE Corp, liderada pelo tirânico Lord Ruse. O enredo, embora simples, serve como catalisador eficaz para uma sequência eletrizante de confrontos e fases diversificadas.
Há toques sutis de humor nos momentos de pausa entre as lutas — especialmente nos grunhidos de Musashi durante os diálogos — que ajudam a manter o ritmo leve e fluido. Mesmo com uma narrativa enxuta, a campanha se sustenta com bons momentos cinematográficos e exploração inteligente.
Estilo artístico e ambientação visual
O grande destaque de Art of Vengeance está no seu estilo gráfico desenhado à mão, reminiscentes de Streets of Rage 4, também da desenvolvedora Lizardcube. Cada cenário carrega detalhes meticulosos e uma paleta vibrante que varia conforme o estágio.
O jogo leva o jogador do verde vívido das florestas de bambu até corredores escuros infestados por mutantes, passando por navios cargueiros imensos e interiores grotescos de uma criatura Kaiju. O nível de detalhe vai desde o reflexo das poças d’água até animações fluidas que tornam cada movimento de Musashi um espetáculo visual.
Variedade nos estágios e level design
Com 14 fases principais, o game impressiona pela variedade. Alguns exemplos marcantes incluem:
- Perseguições sobre um trem em movimento;
- Resgate de reféns em uma metrópole iluminada ao estilo cyberpunk;
- Exploração de laboratórios secretos em estilo Metroid.
Cada fase possui identidade própria e objetivos distintos, mantendo a progressão dinâmica. Inclusive, há referências nostálgicas pontuais, como a fase bônus de surfe inspirada em Shinobi III, que apela diretamente à memória afetiva dos fãs mais antigos da série.
Combate técnico e acessível
A jogabilidade é um dos pilares mais bem executados do título. Diferentemente de outros jogos com foco em precisão extrema, como Ninja Gaiden: Ragebound, aqui os combates se assemelham mais a um brawler de plataforma. Inimigos contam com barras de vida e exigem combos bem executados para serem derrotados.
Musashi usa uma combinação de ataques leves e pesados, além de lançar kunais, executar chutes flamejantes e técnicas giratórias. Os upgrades adquiridos em um mercador ao longo da jornada trazem novas possibilidades táticas. Destaque para:
- Execuções viscerais que recompensam com moedas e regeneração de vida;
- Comandos responsivos que favorecem sequências rápidas;
- Sistema de combos intuitivo, mas profundo para jogadores experientes.
Sistema de habilidades ninjas e personalização
Dois sistemas principais expandem a jogabilidade:
- Gauge de Ninpo: acumulado com ataques bem-sucedidos, permite usar quatro técnicas ninjas especiais, como fogo, bombas ou suporte defensivo.
- Ninjutsu gauge: preenchido ao sofrer dano ou coletar orbes, destrava magias mais poderosas com potencial de salvar Musashi da morte ou virar o jogo contra chefes.
Além disso, amuletos equipáveis garantem bônus como vampirismo ou aumento de dano progressivo. Essa personalização amplia as formas de enfrentar cada situação conforme o estilo de jogo do jogador.
Chefes criativos e momentos memoráveis
Os chefes de cada fase geralmente trazem incrementos de novos poderes ao protagonista. Embora alguns confrontos sejam facilmente vencidos no nível mais difícil, não faltam batalhas memoráveis. Entre elas:
- Gêmeos mutantes do laboratório que se transformam em uma criatura gigante;
- Invocador de feras que usa minotauros e grifos para atacar de todas as direções.
A variedade de estratégias exigidas e o ritmo acelerado das lutas garantem um encerramento impactante para cada fase.
Rejogabilidade e segredos
Mesmo sem adotar uma estrutura de Metroidvania, o game incentiva a exploração com novas habilidades destravadas que abrem caminhos previamente inacessíveis. Ferramentas como soco carregado, garras para escalar, planador e gancho ampliam significativamente os mapas.
Itens escondidos e desafios extras incluem:
- Tokens para cosméticos e equipamentos;
- Confrontos Elite, que são batalhas intensas contra grupos de inimigos;
- Fases "rift", com desafios de plataforma inspirados em Super Meat Boy.
Esses conteúdos extras são opcionais, mas enriquecem a experiência para quem busca 100% de completude.
Aspectos técnicos e críticas pontuais
Apesar da excelência geral, alguns pontos exigem ajustes. Entre os principais:
- Inimigos que reaparecem rapidamente ao sair de tela, criando combates repetitivos;
- Mapa pouco intuitivo, dificultando a navegação vertical, principalmente nas áreas com plataformas em diferentes alturas.
Essas falhas não comprometem o jogo, mas exigem atenção nas atualizações futuras.
Acessibilidade e conteúdo adicional
Art of Vengeance oferece modos extras como Boss Rush e Arcade (com cronômetro), ideais para speedrunners. Para iniciantes, configurações de acessibilidade permitem ajustes de dificuldade, tornando a experiência mais inclusiva.
O título equilibra desafio e inclusão com maestria, permitindo tanto maratonas casuais quanto abordagens hardcore e competitivas.
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Combinando ação estilosa, visuais apaixonantes e combate refinado, Shinobi: Art of Vengeance é uma verdadeira ode aos fãs do gênero. Após mais de uma década em silêncio, Musashi retorna em grande estilo — e sua lenda continua mais afiada do que nunca.
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