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Perfis gamers e influência do Brasil na América Latina

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Perfis gamers e influência do Brasil na América Latina — Perfil dos gamers na América Latina varia, com Brasil liderando tendências e influenciando resultados na pesquisa PGB Latam.

As diferenças entre os perfis de jogadores na América Latina revelam muito além dos hábitos de consumo de games. A Pesquisa Game Brasil (PGB) e sua versão voltada para o restante da América Latina, a PGB Latam, destacam papéis distintos de cada país, com o Brasil se consolidando como principal referência regional.

Durante a gamescom latam 2025, os idealizadores da pesquisa, Mauro Berimbau e Carlos Silva, explicaram como as variações entre gerações, plataformas e classes sociais influenciam diretamente no mercado, na percepção de quem é gamer — e até em como esses dados precisam ser analisados.

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Panorama dos games na América Latina

Segundo dados da PGB Latam apresentados na edição de 2025, o Brasil lidera o consumo de jogos digitais na região, seguido de perto pelo México, onde 77,6% da população tem algum contato com games. Em seguida vêm o Peru (75,6%) e a Argentina (75,5%).

Ainda assim, o perfil de quem joga varia bastante de país para país. Apesar de a geração Z ser a mais conectada digitalmente, não é a que mais consome jogos na Argentina, Peru, Colômbia e Chile. Nestes países, os millennials — pessoas na faixa dos 30 a 40 anos — dominam esse mercado, normalmente por possuírem maior poder aquisitivo e acesso a consoles ou PCs.

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O papel dominante do smartphone

Nos últimos anos, o principal fator de transformação no mercado de games da América Latina foi o avanço do smartphone como plataforma de jogos. Carlos Silva aponta que a popularização dos celulares impulsionou o número de jogadores adultos e ampliou o alcance dos games para públicos antes não engajados.

Entre os motivos para esse crescimento, destacam-se:

  • Gratuidade e acessibilidade de muitos jogos mobile;
  • Portabilidade e praticidade do smartphone, usado em diversos momentos do dia;
  • Inclusão de usuários mais velhos ou iniciantes, que passam a jogar casualmente;
  • A simples instalação de um jogo na loja de aplicativos já habilita o usuário a consumir esse conteúdo, sem necessidade de hardware específico.

Mesmo com a forte presença de consoles no México e de computadores no Brasil, o mobile atinge públicos mais diversos e rompe com a imagem tradicional do gamer.

Diferença de perfis redefine estratégias

Durante a entrevista, Mauro Berimbau destacou uma percepção curiosa: embora muitas pessoas joguem, poucas realmente se consideram gamers. Isso tem relação com o tipo de jogo. Por exemplo, alguém que joga diariamente títulos como Paciência ou o popular “Jogo do Tigrinho” pode não se identificar como gamer — embora esteja, de fato, dentro do mercado de jogos digitais.

Essa nuance traz implicações importantes à indústria: segmentar os perfis se torna essencial. A separação das pesquisas PGB Brasil e PGB Latam, segundo Berimbau, nasceu dessa necessidade de entender melhor quem são os jogadores:

  • Há quem jogue para competir (Free Fire, Fortnite);
  • Quem prefira narrativas imersivas (GTA, The Last of Us);
  • E quem apenas busca passatempo eventual (Candy Crush, jogos de azar digitais, etc).

Esses cenários exigem que a indústria pense estratégias de marketing distintas, respeitando comportamento, faixa etária e classe social.

A força do Brasil como referência continental

De acordo com os coordenadores da pesquisa, o Brasil se destaca por diversos fatores históricos e culturais. A tradição com jogos remonta aos anos 1980, com o crescimento dos consoles e das locadoras. Isso ajudou a consolidar uma cultura de apreciação e engajamento nos games.

Os brasileiros, segundo Mauro Silva, são consumidores atentos e participativos. Quando identificam valor em um jogo, têm o costume de envolvimento coletivo — vide fenômenos como Free Fire, fortemente abraçado por comunidades em todo o país.

Além de consumidores, o Brasil também se mostra relevante como produtor e divulgador de conteúdo game. Criadores brasileiros impactam mercados vizinhos, tornam-se referência e movimentam discussões em toda a América Latina. Para as publishers, anunciar no Brasil é estratégico para alcançar resultados em escala continental.

Millennials, geração Z e o impacto do poder de compra

Embora pareça natural imaginar que os mais jovens dominem o consumo, a pesquisa derruba esse mito. Em vários países, os millennials ainda são o principal público dos games por fatores objetivos:

  • Maior estabilidade profissional;
  • Mais renda disponível para investir em consoles e jogos pagos;
  • Conexão afetiva com as gerações de dispositivos anteriores (PS1, SNES, etc.).

Já a geração Z tende ao mobile por motivos econômicos e culturais. Como muitos ainda estão em fase de estudo ou inserção no mercado de trabalho, escolhem jogos gratuitos ou por assinatura, acessíveis pelo celular. Isso não reduz sua importância, mas delineia um novo perfil de consumo, que valoriza experiências rápidas, sociais e constantemente renovadas.

Unificação da PGB: possível no futuro?

A estrutura da PGB e da PGB Latam segue o mesmo modelo metodológico, com a adaptação de idioma. Apesar de atualmente serem separadas, há um alinhamento crescente que permite cruzamento e comparação dos dados com facilidade. Segundo os idealizadores, o objetivo é captar o comportamento regional sem perder as particularidades locais.

Separar as análises, no momento, faz sentido para identificar nuances culturais e comportamentais em cada país. Contudo, do ponto de vista técnico, a possibilidade de integração futura é concreta.

A maturidade da pesquisa no Brasil ajuda a calibrar os dados coletados nos outros países, funcionando como uma âncora analítica para compreender a América Latina como um todo no universo dos games.

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