Apesar de My Hero Academia: Vigilantes se passar no mesmo universo do anime e do mangá principal, o protagonista Izuku Midoriya, o Deku, está ausente da história. Isso tem uma razão narrativa e cronológica importante, que envolve o propósito do spin-off e a forma como ele amplia o universo original.
Lançada como uma obra complementar, Vigilantes narra os eventos que ocorreram anos antes de Deku receber o One For All, jogando luz sobre heróis e vilões que influenciaram a geração atual. Por isso, a ausência do jovem aspirante a herói é coerente com a proposta da trama.
O que você vai ler neste artigo
Vigilantes: um recorte anterior ao surgimento de Deku
My Hero Academia: Vigilantes se passa alguns anos antes do início da série principal. No mangá canônico de My Hero Academia, Deku só começa seu treinamento com All Might aos 14 anos, momentos antes de iniciar os estudos na U.A. Já em Vigilantes, o foco recai em uma geração anterior de justiceiros com capacidade heroica, mas que atuam fora dos parâmetros legais.
A linha do tempo do spin-off mostra um período em que o conceito de Pro-Heróis já está estabelecido no Japão, mas ainda sem o protagonismo de figuras como Deku, Bakugo ou Todoroki. Além disso, personagens importantes como Aizawa e All Might fazem aparições, permitindo uma melhor compreensão do passado desses ícones.
Cronologia dos eventos
De forma resumida, o posicionamento de Vigilantes na cronologia do universo pode ser entendido da seguinte forma:
- Antes da história principal: Vigilantes mostra um contexto ainda em amadurecimento do sistema de heróis.
- Presença de All Might: O Símbolo da Paz ainda possui sua forma musculosa e atua como herói, o que indica que Deku ainda não é seu sucessor.
- Deku é apenas uma criança: Durante os eventos do spin-off, ele ainda não havia recebido o One For All.
Protagonistas diferentes e abordagens paralelas
O personagem principal de Vigilantes é Koichi Haimawari, também conhecido como The Crawler, um jovem civil com um dom considerado de baixo impacto: deslizamento. Mesmo com uma individualidade tida como fraca, Koichi acaba se tornando um vigilante, alguém que age pelo bem fora do sistema oficial de heróis.
Enquanto Deku representa o ideal de superação e a transição de um ser comum para o maior herói do mundo, Koichi simboliza o cotidiano de quem não teve a mesma oportunidade, mas ainda assim sofre e aprende com os desafios da vida heroica. Isso torna a narrativa mais pé no chão, com dramas urbanos e dilemas morais mais densos.
Presença sutil de elementos da série principal
Mesmo com um novo protagonismo, Vigilantes não ignora a obra matriz. Alguns personagens da série principal surgem esporadicamente. Aizawa, Present Mic e até mesmo Endeavor são explorados como figuras centrais em certos arcos. Estes elementos ajudam a tecer uma teia de conexões com o mundo de MHA, criando um panorama mais rico e profundo do universo, sem interferir diretamente nos acontecimentos da trama de Deku.
Essa estrutura também permite que Vigilantes funcione de forma independente, ou seja, o leitor que nunca assistiu My Hero Academia pode acompanhar o spin-off sem prejuízo de compreensão.
Como o spin-off complementa o lore de My Hero Academia
Além de aprofundar personagens secundários, Vigilantes acrescenta novos vilões e explora aspectos menos idealizados do mundo dos heróis. Por exemplo, o vilão Knuckleduster surge como uma contraparte sombria do que seria um herói veterano destruído pelo sistema. Esse tipo de personagem dificilmente teria espaço na série principal voltada a um público mais jovem.
O spin-off também mostra os efeitos psicológicos e sociais do sistema de licenciamento de heróis, ilustrando como cidadãos comuns lidam com o crime e a burocracia enquanto tentam agir com justiça.
O papel de Deku dentro da ausência
Ainda que não participe da história, Deku funciona como um divisor de águas no universo narrativo. Vigilantes mostra como era a sociedade antes de seu surgimento como portador do One For All. Isso reforça a importância do jovem na história principal, que assume responsabilidades que seus antecessores — como The Crawler — não puderam cumprir por falta de apoio ou estrutura legal.
Portanto, a ausência de Deku em Vigilantes não é apenas justificada, mas essencial. Ela fortalece o contraste entre eras e personagens, destacando o quanto o mundo de My Hero Academia é extenso e diversificado. O spin-off não precisa dele: constrói seus próprios pilares e oferece uma visão valiosa do que veio antes da jornada do herói número um.
Leia também:
- Adolescência destruída: série de sucesso da Netflix baseada em fatos reais
- Amizade de Hayden Christensen e Rosario Dawson começou antes de Star Wars
- Análise de Black Mirror temporada 7
- Anime de ficção científica encontra desafios na Netflix
- As maiores dificuldades de Kishimoto ao criar Killer Bee
- As principais mudanças de The Last of Us do jogo para a série
- Ator de Harry Potter estará nos filmes e na série
- Críticas indicam falha no anime Devil May Cry
