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The Last of Us 2 e o uso eficiente de VRAM

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The Last of Us Part 2 Remastered chegou ao PC como uma surpresa positiva, especialmente para usuários com placas gráficas intermediárias. Apesar de exigir desempenho, o jogo demonstrou administrar recursos com eficiência no que se refere ao uso de memória da GPU.

Diferente da versão anterior, o título remasterizado provou que até mesmo placas com 8 GB de VRAM, como a RTX 3060 Ti, são capazes de proporcionar uma boa experiência em 4K, com configurações gráficas no máximo.

Asset streaming inteligente: o segredo do bom desempenho

A principal razão para essa eficiência está em uma abordagem inteligente ao gerenciamento de memória: o uso otimizado do sistema de asset streaming. Essa técnica permite que o jogo carregue e descarregue dinamicamente texturas e recursos com base na demanda, sem sobrecarregar a memória da GPU, algo que a primeira parte da franquia falhou em fazer.

Enquanto The Last of Us Part 1 enfrentou sérios problemas de desempenho por tentar alocar mais de 10 GB de VRAM mesmo em GPUs com apenas 8 GB, a sequência remasterizada mostrou um comportamento muito mais racional. Testes usando ferramentas como o PIX da Microsoft revelaram uma utilização constante entre 80% a 90% da VRAM disponível, incluindo ajustes finos no uso de RAM do sistema para complementar as limitações de memória local.

3060 Ti e RTX 5080: uma análise comparativa

Durante os testes, a RTX 3060 Ti — equipada com 8 GB de VRAM — ficou com cerca de 6.81 GB de memória local em uso e 4.25 GB de memória não local (RAM do sistema), totalizando pouco mais de 11 GB de dados gerenciados. Já a RTX 5080, com 16 GB de VRAM, utilizou 9.77 GB de local e 1.59 GB fora da GPU, mantendo a carga de maneira semelhante, mesmo com mais folga de memória.

Essa proximidade nos números comprova que a engine consegue se adaptar bem ao hardware disponível, equilibrando de forma eficiente o carregamento de texturas conforme a capacidade do sistema.

Por que mais jogos não seguem esse exemplo?

Apesar da eficiência técnica, a adoção dessa abordagem por outros estúdios ainda é limitada. Há várias razões que explicam isso:

  • Complexidade maior no desenvolvimento: implementar sistemas robustos de streaming exige planejamento detalhado desde o início do projeto.
  • Foco em hardware topo de linha: muitos desenvolvedores priorizam placas modernas com memória abundante, especialmente em jogos AAA.
  • Time-to-market acelerado: em muitos casos, a pressão por lançamentos rápidos reduz o tempo para otimizações mais avançadas.

No entanto, The Last of Us Part 2 Remastered é a prova de que um bom gerenciamento de ativos pode beneficiar tanto PCs mais modestos quanto configurações entusiastas, sem comprometer qualidade visual ou desempenho.

VRAM: não é só o tamanho que importa

Essa discussão reacende um debate importante entre jogadores e desenvolvedores — afinal, a necessidade crescente de memória gráfica pode ser reduzida com engenharia de software mais refinada. O jogo mostra que 8 GB de VRAM podem, sim, ser suficientes para rodar títulos exigentes em 4K, desde que o código do jogo seja bem otimizado e com técnicas inteligentes de carregamento dinâmico de conteúdo.

A expectativa é que o sucesso técnico de TLOU2 pressione a indústria a reavaliar a forma como consome VRAM. Com placas ainda populares no mercado com 6 ou 8 GB de memória, soluções como essa podem democratizar experiências de alta performance para mais jogadores.

O futuro dos ports para PC

A Sony e a Naughty Dog parecem ter aprendido com os erros do passado ao apresentar uma segunda parte tecnicamente mais madura. Para os usuários e o mercado, esse tipo de mudança representa mais que melhorias de desempenho — mostra que é possível entregar qualidade gráfica de ponta mesmo com limitações de hardware, desde que haja inteligência no desenvolvimento.

Será que outros grandes estúdios seguirão o exemplo? O destino da próxima geração de ports e jogos originais para PC pode depender dessa resposta.

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